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sábado, 16 de junho de 2012

Primeira usina de ondas da América Latina é cearense!

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A usina de ondas do Porto do Pecém, que transforma os movimentos do oceano em energia, será lançada, oficialmente, durante o evento Rio +20, a ser realizado entre os dias 13 e 22 desse mês. Pioneiro na América Latina, o projeto, inicialmente, irá abastecer o próprio Porto. De autoria do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) - vinculado à UFRJ - e financiado pela Tractebel, contando, ainda, com o apoio do governo do Estado do Ceará, o empreendimento instala, no Brasil, experiências conhecidas em outros países, como Portugal, Holanda, Japão e Reino Unido.

Como funciona
O funcionamento ocorre em função de grandes "braços mecânicos" que foram instalados no píer do Porto do Pecém. Na ponta desses mecanismos, em contato com a água do mar, há uma boia circular.


À medida que as ondas vão batendo, a estrutura faz movimentos de subida e descida, o que aciona bombas hidráulicas, que fazem com que a água doce contida em um circuito fechado, no qual não há troca de líquido com o ambiente, circule em um local de alta pressão. Essa água que sofre grande pressão vai para um acumulador, que tem água e ar comprimidos em uma câmara hiperbárica, que é o pulmão do dispositivo.

O Ceará foi escolhido para abrigar o mecanismo principalmente pela constância dos ventos alísios. O movimento desse ar gera ondas regulares no mar cearense. Elas não atingem níveis elevados, como no Havaí, por exemplo, mas são constantes, fator que aumenta a eficiência da usina.

Potencial
O País tem grande potencial para aproveitar as forças do mar e convertê-las em energia elétrica. O litoral brasileiro, de cerca de 8 mil quilômetros de extensão, é capaz de receber usinas de ondas que produziriam algo em torno de 87 gigawatts. Desse total, 20% seriam convertidos em energia elétrica, o que equivaleria a 17% da capacidade total instalada no País. Os impactos ambientais desse tipo de fonte energética são considerados baixos. As vantagens são o fato de uma usina de ondas contar com uma fonte abundante, limpa e renovável de recursos.


Fonte: Diário do Nordeste

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Lado "B" brasileiro na Rio+20


João Paulo Monteiro

O que queremos mostrar em uma conferência mundial de sustentabilidade se a cada ano perdemos quilômetros e mais quilômetros de florestas e áreas protegidas? Nós não temos sequer a capacidade de mensurar os danos já causados aos biomas brasileiros desde a chegada dos portugueses.

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O que já nos restou ainda não foi suficiente para aumentar investimentos na área de sustentabilidade ou proteção. Na verdade fazemos o caminho contrário ao desenvolvimento atual, buscado inclusive por países superdesenvolvidos. Enquanto bilhões de dólares são investidos em busca de novas tecnologias limpas e renováveis, o Brasil tenta investir em energia proveniente das hidrelétricas, e ainda colocam em nossas cabeças a mentira de que se trata de energia limpa. Será limpa de verdade? Mal começaram as obras da Usina de Santo Antônio em Rondônia e já houve casos em que a margem do rio perdeu proteção e avançam, destruindo casas e assoreando o leito. E ainda não falamos do caso “Xingú” onde sequer começaram as obras e já causam transtornos sociais na região de Altamira, como o aumento da criminalização.

Além disso, o país ainda sonha em ser uma superpotência no petróleo com o recém chegado pré-sal com investimentos avaliados em 600Bilhões de reais, enquanto o Biodisel é esquecido velozmente.

Outro caso oportuno a ser citado é o código florestal, que no início tinha como relator Aldo Rebelo, ruralista e quem brigou para que fossem anistiadas as multas aplicadas aos agricultores que desmatam.

O governo tem orgulho de dizer que a taxa de desmatamento é a menor em 11 anos, mas não se trata de menor taxa. Trata-se de desmatamento ilegal zero e ao que já foi perdido cabe a recuperação.

Esse é o lado que o Brasil provavelmente não mostrará na Rio+20. Tentar obter exemplos primeiro aqui e depois levá-los para fora. Competência há de sobra. O que falta é boa vontade e ética. 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Documento de empresas propõe energia 100% renovável até 2050


O Instituto Ethos, entidade que reúne 1.200 empresas, entregou nesta quarta-feira ao ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, um documento com 30 propostas para serem debatidas na Rio+20. O objetivo é contribuir com a formulação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - um dos possíveis resultados da conferência.

O documento é fruto de discussões realizadas durante a conferência do Instituto Ethos, que terminou hoje em São Paulo. Dez temas foram escolhidos: economia da biodiversidade; desenvolvimento sustentável para o combate à pobreza; cidades sustentáveis; padrões sustentáveis de produção e consumo; energia; trabalho decente e desemprego; gestão da água; florestas e mudanças climáticas e agricultura e segurança alimentar.

Para cada um dos dez temas, foram formuladas três propostas. Algumas são arrojadas: na área de energia, por exemplo, o documento sugere o desenvolvimento de um plano estratégico para que o Brasil adote uma matriz 100% de energia renovável até 2050.
"Sabemos que o Brasil tem uma boa matriz energética, com a mais alta participação de renováveis. Mas sabemos também que o Brasil fará uma aposta no pré-sal. A questão é como o país usará os recursos da exploração do pré-sal para tornar as energias limpas, como eólica e solar, mais competitivas", diz Paulo Itacarambi, vice-presidente do Instituto Ethos.

Outra proposta contida no documento é que todos os países passem a usar o mecanismo brasileiro das "listas sujas" para combater o trabalho escravo.
Além de ser entregue para a Presidência, o documento também será entregue à ONU, nos Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável, encontro promovido pelo governo para reunir contribuições de empresas, ONGs e especialistas para a Rio+20.

FOLHA.com.br

Filho de Jacques Cousteau pede proteção de 20% do oceano


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O ambientalista Jean-Michel Cousteau, filho do explorador Jacques Cousteau, pediu na manhã desta terça-feira que os chefes de Estado decidam na Rio+20 proteger ao menos 20% da área dos oceanos do planeta.

Segundo ele, que participa do TEDxRio+20 no Forte Copacabana, as águas internacionais não recebem atenção em razão do desconhecimento do impacto da poluição e das mudanças climáticas nos mares.

Cousteau afirmou que apenas 1% das águas internacionais está protegida, enquanto no continente a taxa sobe para 14%.

"Isso acontece por causa da ignorância sobre o impacto das mudanças no oceano", disse Cousteau.

Em sua palestra, ele defendeu que as mudanças só ocorrerão se os ambientalistas conseguirem "chegar ao coração dos tomadores de decisão".

"Meu pai disse uma vez que nós só protegemos o que amamos. Mas como podemos amar aquilo que a gente não conhece?".

Cousteau disse, por exemplo, que o ex-presidente norte-americano George W. Bush, após informado sobre o impacto da poluição sobre as baleias no Havaí, criou em 2006 a maior área protegida no mar do mundo.

O ambientalista defendeu também que rios, lagoas e mares sejam analisados como um sistema único, totalmente conectado. E os impactos gerados na água, disse ele, podem chegar a qualquer lugar no mundo.

"Está tudo conectado. Precisamos compreender o sistema. Quando vejo imagens da Terra do universo não vemos fronteiras", afirmou.

Folha.com

Rio+20 começa nesta quarta com negociações no Riocentro

Eduardo Carvalho - G1.com.br

A Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, começa oficialmente nesta quarta-feira (13), no Riocentro, no Rio de Janeiro. O encontro, que ocorre 20 anos depois da Rio 92, deve reunir mais de 130 chefes de Estado em sua fase final, para debater propostas sobre como aliar o desenvolvimento econômico à proteção ao meio ambiente e à inclusão social.


Entre os dias 16 e 19, o governo brasileiro organiza mesas de debate sobre temas ligados à sustentabilidade com especialistas na área, nos “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável”. A fase final, chamada de “Segmento de Alto Nível”, com presidentes e líderes de governos, vai de 20 a 22 de junho.



Nesta quarta, as negociações começam às 10h e devem continuar até o início da noite. Na sessão de abertura, os “co-chairs” (pessoas que ajudam o secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, a comandar o encontro) vão divulgar a agenda das negociações e eleger aqueles que vão coordenar a redação dos capítulos do documento final.



Às 11h, a presidente Dilma Rousseff inaugura o “Pavilhão Brasil” no Parque dos Atletas, em frente ao Riocentro. No local, o governo brasileiro vai apresentar iniciativas e projetos ligados à temática ambiental.



Segundo o Comitê Nacional de Organização da Rio+20, ainda na quarta, às 18h30, haverá uma cerimônia oficial que deve contar com a presença dos ministros Antônio Patriota, das Relações Exteriores, e Izabella Teixeira, do Meio Ambiente.

Documento final

O texto final deve apresentar propostas para que os países sejam capazes de desenvolver sua economia sem impactar o meio ambiente e erradicando a pobreza extrema – os pilares da chamada “economia verde”.


Em entrevista concedida ao Jornal Nacional na última segunda-feira (11), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que apenas um quinto do documento teve consenso de todos os países. O restante terá que ser debatido agora no Rio de Janeiro.
Organizações não-governamentais e demais representantes da sociedade civil criticam a falta de acordo entre as nações e o próprio documento, designando-o como “fraco” e “sem metas obrigatórias”.
A falta de obrigações do documento para os países foi criticada por especialistas ouvidos pelo G1, já que a ausência de metas pode ter afastado importantes líderes como David Cameron, do Reino Unido; Angela Merkel, da Alemanha; e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Para o secretário da Rio+20, tais ausências não enfraquecerão o encontro.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Somos exterminadores do futuro, diz Marina Silva no TEDxRio+20


Lilian Quaino
A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, emocionou o público do TEDxRio+20 ao falar sobre seu passado nos seringais. Na tarde desta segunda-feira (11), no Forte de Copacabana, ela disse que é preciso separar ética de política e pôr fim ao projeto de poder pelo poder e do dinheiro pelo dinheiro. “Isso nos transforma em exterminadores do futuro”, disse.
A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante painel de discussão do TEDxRio+20, no Forte de Copacabana. (Foto: Lilian Quaino/G1)
(Foto: Lilian Quaino/G1)
Durante o painel "Da ignorância à sabedoria", Marina afirmou que desenvolvimento sustentável não é apenas a criação de uma forma de energia mais limpa, mas sim, uma nova maneira de ser.
“É preciso valorizar o ser, e não o ter. Vivemos o mal do excesso, o que nos falta é 'a falta da falta'. Estamos consumindo nosso planeta. A humanidade tem de se reencontrar com sua infância civilizatória. O modelo sustentável é usar com sabedoria recursos de milhares de anos”.
Marina disse que diante da crise que o mundo vive, econômica, social, ambiental e política não vale perguntar se estamos otimistas ou pessimistas. “Temos de ser persistentes. O ser humano tem a capacidade incrível de acreditar criando, não de forma ingênua, como num pensamento mágico, mas criando o futuro que queremos”.
G1.com.br

Entenda o princípio das 'responsabilidades comuns' da Rio+20

CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA

O princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, estabelecido na Rio-92, é considerado a maior vitória da diplomacia ambiental dos países pobres em todos os tempos. Não é à toa que os países ricos tentam derrubá-lo sempre que têm uma oportunidade.


Como o nome indica, ele determina que todos os países devem cuidar do planeta. Porém, o maior quinhão de sacrifício cabe às nações desenvolvidas. Afinal, foi o processo de desenvolvimento destas que causou a situação atual de perda de habitats e aquecimento da Terra.

Os países em desenvolvimento têm direito a elevar o padrão de vida de suas populações, portanto precisam gastar recursos naturais. Se, em nome das gerações futuras, precisam limitar esse gasto, então é justo que as nações ricas os compensem.

Desse princípio singelo derivam instituições como o GEF (Fundo Ambiental Global), o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Kyoto e o Fundo Verde do Clima, criado em 2010 em Cancún, México.

Dele também derivam os impasses entre Norte e Sul vistos ano após ano nas negociações internacionais de mudança climática e que já se repetem na Rio +20.

Os EUA são os principais arrependidos de terem assinado o princípio. Veem-no como uma vantagem concedida pelo sistema multilateral à China, sua maior rival.

Desde o governo Bush, a estratégia americana tem sido a de tentar retroceder no "diferenciadas". Foi assim em Johannesburgo, em 2002, quando o mundo comemorou a manutenção dos chamados Princípios do Rio após uma longa negociação que terminou sem avanços.

Os países emergentes, como Brasil, China e África do Sul, admitem que a manutenção fundamentalista do princípio não se justifica num mundo onde o presidente da França telefona ao da China pedindo dinheiro.

Um sinal disso foi a admissão, na conferência de Durban, em 2011, de que aceitarão metas obrigatórias de corte de emissões de carbono a partir de 2020.

Porém, temem que, ao flexibilizá-lo, vejam-se obrigados a pagar a fatura dos ricos.
O teste de estresse do princípio será a Rio +20.

Folha.uol.com.br

Rio + 40/60 ou 80

Imagem da internet
João Paulo Monteiro

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável dará o que falar nos próximos dias.
Serão quase 200 países e milhares de pessoas envolvidas neste evento que tem um desafio e tanto pela frente: colocar alguma coisa na cabeça dos políticos, que já irão determinados a não mudar absolutamente nada! Afinal, porquê colocar a economia de seus países em risco num momento tão sensível?
É viável investir em tecnologia sustentável enquanto seus países afundam nas dívidas e entram em recesso?

O interessante é saber que mesmo contando com a participação de cientistas importantes com estudos detalhados e precisos, quem toma a decisão são pessoas que não entendem a gravidade da consequência a qual estamos prestes a sucumbir.

Os últimos 20 anos de história da Terra foram importantes? Depende muito. Se for levada em consideração a idade do planeta, vinte anos é um milésimo de segundo de um planeta na flor da idade. Em contrapartida, se levarmos em conta as consequências de um desenvolvimento desenfreadamente maléfico ao clima, sim, 20 anos é muita coisa e já houve tempo mais que suficiente para decisões sobre o futuro.

A RIO 92 nos trouxe o Protocolo de Kyoto, que sinceramente não fez tanta diferença assim, mas foi o encontro mais produtivo desde então. De lá pra cá as coisas só pioraram, tanto o clima, quanto as atividades industriais. Engana-se quem pensa que estamos diminuindo as emissões de carbono, ou que países desenvolvidos estão preocupados com os próximos 100 anos.

Diferentemente, o Brasil tem criado bastante expectativa na RIO + 20. O país é o centro das atenções. O investimento é alto - 500 milhões de reais - e é notável quão maduro o país está.

Agora é torcer para que não seja necessária futuras conferências para bater na mesma tecla e apresentar os mesmos problemas que só aumentam com o passar dos anos. Vamos torcer para que não seja necessária uma Rio+40, 60 ou 80!