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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Lado "B" brasileiro na Rio+20


João Paulo Monteiro

O que queremos mostrar em uma conferência mundial de sustentabilidade se a cada ano perdemos quilômetros e mais quilômetros de florestas e áreas protegidas? Nós não temos sequer a capacidade de mensurar os danos já causados aos biomas brasileiros desde a chegada dos portugueses.

Imagem da Internet
O que já nos restou ainda não foi suficiente para aumentar investimentos na área de sustentabilidade ou proteção. Na verdade fazemos o caminho contrário ao desenvolvimento atual, buscado inclusive por países superdesenvolvidos. Enquanto bilhões de dólares são investidos em busca de novas tecnologias limpas e renováveis, o Brasil tenta investir em energia proveniente das hidrelétricas, e ainda colocam em nossas cabeças a mentira de que se trata de energia limpa. Será limpa de verdade? Mal começaram as obras da Usina de Santo Antônio em Rondônia e já houve casos em que a margem do rio perdeu proteção e avançam, destruindo casas e assoreando o leito. E ainda não falamos do caso “Xingú” onde sequer começaram as obras e já causam transtornos sociais na região de Altamira, como o aumento da criminalização.

Além disso, o país ainda sonha em ser uma superpotência no petróleo com o recém chegado pré-sal com investimentos avaliados em 600Bilhões de reais, enquanto o Biodisel é esquecido velozmente.

Outro caso oportuno a ser citado é o código florestal, que no início tinha como relator Aldo Rebelo, ruralista e quem brigou para que fossem anistiadas as multas aplicadas aos agricultores que desmatam.

O governo tem orgulho de dizer que a taxa de desmatamento é a menor em 11 anos, mas não se trata de menor taxa. Trata-se de desmatamento ilegal zero e ao que já foi perdido cabe a recuperação.

Esse é o lado que o Brasil provavelmente não mostrará na Rio+20. Tentar obter exemplos primeiro aqui e depois levá-los para fora. Competência há de sobra. O que falta é boa vontade e ética. 

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