João Paulo Monteiro
O que queremos mostrar em uma conferência mundial de
sustentabilidade se a cada ano perdemos quilômetros e mais quilômetros de florestas
e áreas protegidas? Nós não temos sequer a capacidade de mensurar os danos já causados
aos biomas brasileiros desde a chegada dos portugueses.
Imagem da Internet |
O que já nos restou ainda não foi suficiente para aumentar
investimentos na área de sustentabilidade ou proteção. Na verdade fazemos o
caminho contrário ao desenvolvimento atual, buscado inclusive por países
superdesenvolvidos. Enquanto bilhões de dólares são investidos em busca de
novas tecnologias limpas e renováveis, o Brasil tenta investir em energia
proveniente das hidrelétricas, e ainda colocam em nossas cabeças a mentira de
que se trata de energia limpa. Será limpa de verdade? Mal começaram as obras da
Usina de Santo Antônio em Rondônia e já houve casos em que a margem do rio perdeu
proteção e avançam, destruindo casas e assoreando o leito. E ainda não falamos do
caso “Xingú” onde sequer começaram as obras e já causam transtornos sociais na
região de Altamira, como o aumento da criminalização.
Além disso, o país ainda sonha em ser uma superpotência no
petróleo com o recém chegado pré-sal com investimentos avaliados em 600Bilhões
de reais, enquanto o Biodisel é esquecido velozmente.
Outro caso oportuno a ser citado é o código florestal, que no início tinha como relator Aldo Rebelo, ruralista e quem brigou para que fossem anistiadas as multas aplicadas aos agricultores que
desmatam.
O governo tem orgulho de dizer que a taxa de desmatamento é
a menor em 11 anos, mas não se trata de menor taxa. Trata-se de
desmatamento ilegal zero e ao que já foi perdido cabe a recuperação.
Esse é o lado que o Brasil provavelmente
não mostrará na Rio+20. Tentar obter exemplos primeiro aqui e depois levá-los
para fora. Competência há de sobra. O que falta é boa vontade e ética.
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