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sábado, 15 de junho de 2013

Galinha feliz é a do caldo Maggi

João Paulo Monteiro
 
Comprar carne é hábito de parcela considerável da população mundial e tal ato é tido como inofensivo o que não se sabe é que o trato dado aos animais que serão sacrificados para nos proporcionar prazer ao comer é o mais ofensivo possível.
 
Ao ver animais sorridentes, cantando, brincando e até cozinhando junto com as senhoras nas propagandas de televisão me pergunto se eles sabem o que tem na panela. Ironia seria se eles soubessem que estão no cozido do almoço. Eles são felizes e querem vir conosco para casa. São saborosos e valem cada centavo. Na foto eles nos convencem a levá-los assim como a vaquinha sorrindo que nos faz ir até a churrascaria no final de semana.
 
O título me veio à cabeça e o anexei ao que acontece nas propagandas do "frango feliz" que, quando vamos comprar está congelado.
 
A realidade por trás daquele animal sorridente é bem diferente na hora do abate. O sacrifício é feito de forma cruel e sem nenhum cuidado para que o animal sofra o menos possível. Para se ter uma ideia, em determinados casos, é retirada a pele do animal ainda vivo.
 
McCrueldade. Eu odeio tudo isso!
 
Imagem: PETA
Você já se imaginou pendurado por um braço, com as duas pernas quebradas com várias fraturas expostas, com um gancho de ferro dilacerando os músculos do seu braço, e depois de algumas horas de sofrimento e tortura nessa posição, ser escaldado vivo imerso em água fervente? Difícil até de imaginar, não é? Pois é exatamente esse o início do caminho seguido pela carne de frango, consumida em grande parte da rede McDonald’s, para chegar até à boca dos seus consumidores (Veja em http://bit.ly/coRS1K).
 
A denúncia é feita pela PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) através da campanha intitulada “McCruelty” (McCrueldade). Lançada no início do ano 2000, a campanha tem conseguido algumas vitórias ao impor alguns grandes – e necessários – constrangimentos à maior rede de fast-food do mundo, em faturamento.
 
Uma das ações mais recentes da campanha foi realizada ontem, nas ruas de Nova York. O pessoal da PETA instalou, no centro de Manhattan, uma estátua de um frango (foto abaixo) de moletas – produzida pelo artista plástico novaiorquino Harry Bliss – cujo pedestal estampa a frase “Frangos do McDonald’s, escaldados até a morte.” O objetivo é chamar a atenção das crianças para o tema e, ao mesmo tempo, “começar a educá-las, desde cedo, para a importância de adotarem hábitos de consumo mais conscientes.
 
 
Carne de Vitela
 
A carne de vitela é muito apreciada por ser tenra, clara e macia, o que pouca gente sabe é que o alimento vem de muito sofrimento do bezerro macho, que desde o primeiro dia de vida é afastado da mãe e trancado num compartimento sem espaço para se movimentar.
 
Esse procedimento é para que o filhote não crie músculos e a carne se mantenha macia.
 
Após serem removidos, os filhotes são confinados em estábulos com dimensões reduzidíssimas onde permanecerão por meses em sistema de ganho de peso alimentação que consiste de substituto do leite materno.

Um dos principais métodos de obtenção de carne branca e macia, além da imobilização total do animal para que não crie músculos, é a retirada do mineral ferro da sua alimentação tornando-o anêmico e fornecendo o mineral somente na quantidade necessária para que não morra até o abate.

A falta de ferro é tão sentida pelos animais, que nada no estábulo pode ser feito de metal ferruginoso, pois eles entram desespero para lamber esse tipo de material.

Embora sejam animais com aversão natural à sujeira, a falta do mineral faz com que muitos comam seus próprios excrementos em busca de resíduos desse mineral.

Alguns produtores contornam esse problema colocando os filhotes sobre um ripado de madeira, onde os excrementos possam cair num um piso de concreto ao qual os animais não tenham acesso.

A alimentação fornecida é líquida e altamente calórica, para que a maciez da carne seja mantida e os animais engordem rapidamente.

Para que sejam forçados a comer o máximo possível, nenhuma outra fonte de líquido é fornecida, fazendo com que comam mesmo quando têm apenas sede.

Com o uso dessas técnicas, verificou-se que muitos filhotes entravam em desespero, criando úlceras pela sua agitação e descontrole no espaço reduzido.

Uma solução foi encontrada pelos produtores: a ausência de luz; a manutenção dos animais em completa escuridão durante 22 horas do dia, acendendo-se a luz somente nos momentos de manutenção do estábulo.

No processo de confinamento, os filhotes ficam completamente imobilizados, podendo apenas mexer a cabeça para comer e agachar, sem poderem sequer se deitar.

Os bezerros são abatidos com mais ou menos 4 meses de vida de uma vida de reclusão e sofrimento, sem nunca terem conhecido a luz do sol.

E as pessoas comem e apreciam esse tipo de carne sem terem ideia de como é produzida.

A criação de vitelas é conhecida como um dos mais imorais e repulsivos mercados de animais no mundo todo. Como não há no Brasil lei específica que proíba essa prática - como na Europa - o jeito é conscientizar as pessoas sobre a questão.
 
 
Como o boi vira bife
 
Identificado o cio, o veterinário usa uma das mãos para injetar a pipeta com sêmen na vagina da vaca. A outra ele coloca no ânus, para sentir se está injetando no lugar certo. Também é preciso estimular o clitóris para provocar um orgasmo. O líquido liberado no clímax é imprescindível à fecundação.
 
Os bezerrinhos nascem 10 meses depois. Eles serão amamentados e vacinados por 7 meses. Período concluído, as fêmeas voltam a engravidar. E os bezerros começam a engorda.
 
Nos próximos dois anos e meio, o boi levará a vida que pediu ao deus bovino. Vai comer, beber, mugir com os amigos e fazer boizinhos. Só tem uma obrigação: engordar normalmente.
 
O abate se aproxima e a engorda é acelerada. Os bois são castrados e, para não perder peso, passam quase 3 meses sem andar. Mas a ração é de primeira: capim, cereais, melaço de cana, vitaminas e sais.
 
Para um boi, a morte pesa 450 kg. Ao atingir esse peso, o animal é enviado ao matadouro. A viagem é estressante. O animal urina e sua mais do que o normal e chega a perder até 3% do peso.
 
As primeiras 24 horas no matadouro não são ruins. Para relaxar, recuperar o peso e esvaziar o intestino (o que facilitará a limpeza das tripas), os bois só bebem água e tomam duchas.
 
Normalmente, há curvas para que os animais não saibam o que está acontecendo. E, nas paredes, dispositivos antiempaque dão choques leves ou emitem ruídos. Um banho evita que a sujeira contamine a carne.
 
No boxe de atordoamento, o animal recebe um tiro com pistola de pressão – ou um dardo que perfura o cérebro – e desmaia. A partir daí, para que não corra o risco de acordar, o boi deve ser morto em no máximo 3 minutos.

Primeiro, um corte na pele do pescoço. Depois, é só esticar o braço e chegar à jugular: o boi está oficialmente morto. Durante 3 minutos, seus 20 litros de sangue escorrerão numa canaleta para ser vendidos a fábricas de ração para cães e gatos.
 
Começa o desmonte do boi. Os chifres são serrados, patas e rabo são cortados, o couro é retirado e o abdômen é aberto para a separação das vísceras. Só então a carcaça é colocada numa câmara de resfriamento para que a carne recupere seu ph normal – o estresse pré-morte libera ácido láctico, que endurece a carne.
 
Cada brasileiro consome cerca de 26 quilos de carne por ano – 3º maior consumo per capita do mundo, atrás da Argentina e dos EUA.
 
 
Vaca sem filho vai para a Bolívia
 
Quem não engravida vai para o abate. E a carne, considerada mais dura, é vendida a mercados secundários, como Bolívia e Peru.

 
Artigos retirados de super.abril.com.br/alimentação, comunicacaochapabranca.com.br e melodynatalia.blogspot.com.br