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sábado, 28 de julho de 2012

Alunos da UFRGS dão início a projeto de proteção de baleias francas no Litoral Norte

Marcus Farah

Animal foi flagrado pelo grupo na tarde de quarta-feira, em Tramandaí 
Foto: Divulgação / Projeto Baleias do Rio Grande do Sul

O número crescente de flagrantes de baleias francas no litoral norte gaúcho, entre junho e novembro, chamou a atenção de alunos do curso de biologia marinha, da Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS), nos últimos anos. Com o intuito de proteger esses animais no período de reprodução e amamentação da espécie, surgiu o Projeto Baleias do Rio Grande do Sul.

Como não havia no RS estudos semelhantes, o grupo decidiu monitorar as visitas dos cetáceos às águas do Litoral Norte. Ainda recente, o trabalho busca financiadores para custear recursos à equipe.

— Usamos as plataformas de pesca como ponto de observação e estamos colhendo dados dessas avistagens. Pedimos às pessoas que nos encaminhem flagrantes dos animais nas praias — explica o estudante Thiago Nóbrega Lisbôa.

Em 2012, em um mês de monitoramento da costa, o grupo já registrou ao menos 30 amostragens de baleias. Um dos pontos principais do estudo é identificar comportamentos desses animais, que na década de 70 foram considerados extintos no Brasil devido à caça predatória.

— Estamos bem animados com os primeiros resultados, são bem promissores. A partir disso queremos incentivar o turismo e, consequentemente, a preservação da espécie — observa Lisbôa.

Conscientização das comunidades
Além dos seis observadores, o projeto conta com a liderança do vice-presidente do Instituto Augusto Carneiro, José Truda Palazzo Júnior, e da bióloga Audrey Amorim. Palazzo foi um dos responsáveis pelo "redescobrimento" das baleias francas no litoral brasileiro, na década de 80. Ele salienta a necessidade de conscientizar as comunidades costeiras da importância dessa época do ano para o ciclo de vida das baleias:

— Em um primeiro momento estamos juntando gente e dando dicas aos estudantes na parte de educação e divulgação. Antes as pessoas ficavam com medo ao avistar os animais, mas isso mudou muito de uns anos para cá.

O objetivo agora é mapear as áreas de maior probabilidade de avistagem dos cetáceos e definir meios de proteger as mães e filhotes que migram do Polo Sul. A poluição no mar é uma das maiores preocupações dos pesquisadores. Apesar de preferirem o litoral catarinense, por possuir enseadas e baías mais protegidas, as baleias francas têm permanecido em águas gaúchas por mais tempo do que antigamente.

— Temos identificado grupos que se atrasam no processo de migração e acabam ficando pelo Rio Grande do Sul. E isso vira um atrativo. Por que ir a Santa Catarina para ver as baleias se elas podem ser vistas aqui? — ressalta Palazzo.

Estima-se que, atualmente, o litoral brasileiro tenha apenas cerca de 800 baleias desta espécie, o que representa entre 5% e 10% da população mundial que habita o hemisfério sul. Ainda assim, longe da população total que já habitou a Terra, em torno de 100 mil animais.

Notícia retirada do site Zero Hora.

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