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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Chuva atinge até 37% do previsto para o mês em pontos de SP

Média prevista para fevereiro é de 217 mm e em alguns pontos choveu 81,3 mm.
Adilson Nazário, meteorologista do CGE, afirma que chuva atingiu nível "muito alto"

O temporal que atingiu a Grande São Paulo na noite desta quinta-feira (21) fez o índice pluviométrico atingir 88,7 mm em Mogi das Cruzes e
81,3 mm na região do Ribeirão dos Meninos, no ABC, de acordo com dados do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). A estação meteorológica que registrou menor índice foi a de Jaçanã, na Zona Norte de São Paulo, que atingiu 17,9 mm.

O meteorologista do CGE Adilson Nazário afirma os níveis de chuva foram "muito altos" quando se leva em conta que a média prevista para todo o mês de fevereiro: 217 mm. De acordo com Nazário, a média acumulada nesta quinta-feira deverá ficar menor do que a registrada nos pontos onde a chuva foi mais intensa, pois será proporcional aos diferentes pontos da Grande SP onde os dados foram coletados. O CGE deverá fechar os números ainda na madrugada desta sexta-feira (22).

O dia mais chuvoso até esta quinta-feira foi 29 de janeiro, quando a média registrada na capital atingiu 60,8 mm. O segundo dia mais chuvoso foi 17 de fevereiro, quando a água atingiu 32 mm. No ano passado, foi 19 de dezembro, com 62 mm.


Atenção

O CGE decretou às 21h55 o fim do estado de atenção para alagamentos nas zonas Norte e Centro, onde estava em vigor desde as 20h. O estado de atenção acabou também nas regiões Leste, Sudeste, Sul e nas marginais Pinheiros e Tietê, onde valia desde as 18h35.

O temporal que atingiu São Paulo provocou alagamentos em pelo menos 56 lugares, dos quais, 20 ainda estavam ativos e oito intransitáveis, por volta das 22h. Os córregos do Ipiranga e Aricanduva, o Rio Tamanduateí e o Ribeirão dos Couros transbordaram. Em avenidas da Zona Sul da capital e cidades no ABC, pessoas ficaram ilhadas sobre os carros que estavam presos na enchente.

Também por causa da chuva forte, parte do muro da cabeceira do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, caiu por volta das 20h. Os bombeiros mandaram duas equipes para o local. Uma calçada na Avenida dos Bandeirantes ficou interditada e uma faixa da avenida deve permanecer interditada para remoção dos escombros.

Foto: José Patrício/AE
José Patrício/AE
Carro ilhado na avenida Paes de Barros com Luiz Inácio de Anhaia Mello, na Zona Leste de SP (Foto: José Patrício/AE)

Segundo a Infraero, o muro atingido em Congonhas tem cerca de 30 metros de extensão e fica em ponto diferente do local onde houve um desmoronamento em julho de 2007. Nesta quinta-feira, o desmoronamento da estrutura caiu sobre uma calçada na Avenida dos Bandeirantes e não deixou feridos nem prejudicou o trânsito. O incidente não afetou as operações no terminal, de acordo com a estatal.

Anchieta

A chuva forte provocou também alagamento no km 13 da Via Anchieta, ligação entre a capital paulista e o litoral. As pistas expressas, nos dois sentidos foram fechadas do km 10 ao km 14.

Um morador da Rua Gil Eanes, no Brooklin, afirmou que a água atingiu mais de um metro de altura em frente à sua casa. Uma moradora de São Bernardo, no ABC Paulista, afirmou que carros boiaram na Avenida Rudge Ramos, próximo à Universidade Metodista.

Na cidade de São Paulo, os bombeiros receberam chamados para socorrer pessoas ilhadas na Zona Sul. De acordo com a assessoria de imprensa da corporação, os problemas se concentravam nos bairros do Jabaquara, Sacomã e na região da Represa Guarapiranga. A maioria era de gente que não conseguia sair de casa por causa das ruas alagadas, mas não havia registro de mortos ou feridos.


Foto: Carolina Iskandarian/G1
Carolina Iskandarian/G1
Destroços do muro ocupam calçada na Avenida dos Bandeirantes (Foto: Carolina Iskandarian/G1)
Aeroportos e CPTM

O Aeroporto de Congonhas operou somente por instrumentos desde 18h51. Desde 20h, o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, também opera apenas com auxílio de instrumentos. Segundo a Infraero, uma garoa atinge o terminal na Grande São Paulo.

A linha D da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que liga a Estação da Luz, no Centro, e Rio Grande da Serra, no ABC, teve o tráfego interrompido por causa de alagamentos. A CPTM informou que as fortes chuvas que atingiram a região do ABC provocaram a interrupção da circulação desde às 18h30. Por volta das 22h40, os trens ainda estariam parados nas plataformas aguardando a liberação das vias, nos trechos inundados. Não havia previsão de quando a situação seria normalizada.

Lentidão

A chuva provocou transtornos para motoristas que seguiam pela Avenida 23 de Maio, uma das mais movimentadas da capital paulista. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), às 19h57 desta quinta-feira (21) a via foi interditada nos dois sentidos na altura do viaduto General Euclides Figueiredo, na região do Parque do Ibirapuera.

Quase uma hora depois, o tráfego foi aberto aos veículos apenas no sentido bairro. Somente às 22h as pistas foram totalmente liberadas. Segundo a CET, durante os 51 minutos de interdição total, o trânsito ficou bastante complicado. Às 23h, o índice de lentidão na cidade foi medido em 40 km. Apenas o corredor Norte-Sul, formado pelas Avenidas Vinte Três, Rubem Berta e Moreira Guimarães concentrava 7 km no sentido aeroporto.

Interior

À tarde, o temporal provocou transtornos em Mogi das Cruzes, a 51 km de São Paulo. Ruas ficaram alagadas e lojas foram inundadas. Em Catanduva, a 385 km de São Paulo, o Rio São Domingos transbordou inundando avenidas e ruas do centro da cidade. Foi decretado estado de calamidade pública, mas não houve vítimas.

www.g1.com.br

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