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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A “moderna” indústria brasileira da carne.

Por João Paulo Monteiro


Ao analisar a situação da produção bovina e avícola no Brasil, Siderlei de Oliveira põe acento na difícil situação dos trabalhadores desta indústria. Ele destaca como ponto positivo o fato de que “temos o maior frigorífico do mundo, o Friboi, com as fusões, e o segundo maior frigorífico do mundo, o Marfrig, além do maior produtor e exportador de frango, a BRF, todas empresas brasileiras. Então, é um setor onde nós temos ponta no mundo, e que emprega muita gente”. No entanto, continua, na entrevista concedida por telefone à IHU On-Line, “esse setor se desenvolveu muito em cima da produção, da competição, se organizou para competir com as outras indústrias internacionais, neste caso as europeias. E ganhou os mercados porque produz uma carne muito barata, no caso da avícola, em cima do ritmo e da exploração da mão de obra. Além disso, pagam um salário baixo, com uma produção muito alta por homem. Esta produção aumentou muito nos últimos anos e, junto com ela, aumentaram as doenças. O ritmo é intenso, insuportável, as pessoas têm uma vida útil de trabalho muito curta hoje no setor”.

Segundo Siderlei, "Os frigoríficos sempre foram problema. Era uma indústria meio escondida, não era de ponta, como no caso da indústria automobilística. Ela sempre teve problemas, com muito pouca organização por parte dos empresários, que se preocupavam apenas com a produção. E, geralmente, ela é instalada em pequenas cidades perto da produção bovina ou, no caso, avícola, procurando fundões, em Estados como Mato Grosso e Goiás, no caso dos bovinos, onde tem um movimento sindical muito incipiente, muito fraco. A falta de ação dos sindicatos devido à localização dessas empresas é um problema importante".


Para quem ainda não viu, "A Farra do Boi" conta bem a situação dos frigoríficos. 


Fonte: envolverde.com.br (Com alterações)

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