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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Aquecimento global pode prejudicar a América Latina, diz ONU


O Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2007-2008, divulgado nesta terça-feira (27) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), órgão da ONU (Organização das Nações Unidas), revela que os efeitos das alterações climáticas na América Latina e Caribe poderão paralisar ou retroceder o desenvolvimento da região.

Isso se deve às fortes relações existentes entre a luta contra a pobreza e as iniciativas contra o impacto das mudanças climáticas. O relatório do Pnud deste ano leva o título "Combater as alterações climáticas: solidariedade humana num mundo dividido".

Segundo o relatório, os mais pobres serão os mais afetados e os que terão menos recursos para enfrentar os impactos climáticos previstos. Tal situação torna-se evidente quando se compara a situação dessas famílias com outras de rendimento elevado, que dispõem de mecanismos de proteção, como seguro, poupança e acesso a empréstimos.

O diretor de desenvolvimento humano do Pnud, Kevin Watkins, disse nesta terça, no lançamento do relatório em cerimônia no Palácio do Planalto, que a situação pode estar chegando a um ponto crítico. “Podemos estar nos aproximando do ponto crítico que pode levar a um retrocesso da humanidade em saúde e educação. Esse seria um péssimo legado a deixar para as futuras gerações”, disse Watkins O diretor do Pnud sublinhou que são os países pobres os mais prejudicados pela emissão de gás carbônico pelas nações ricas. “Não foram os pobres que criaram a mudança climática, mas são os pobres que estão pagando um preço alto pelas mudanças climáticas”, disse Waktins.

Efeitos
O documento divulgado nesta terça alerta que, durante o século 21, ou um pouco depois disso, as temperaturas globais médias podem aumentar em 5ºC. Para resistir a esta situação, no futuro, será necessário um elevado nível de liderança e uma cooperação internacional intensa, principalmente no que se refere aos países desenvolvidos. Para evitar alterações climáticas perigosas, segundo o relatório, será necessário que as nações mais ricas reduzam as suas emissões de gás carbônico em pelo menos 80% até 2050, com reduções de 30% em 2020. Países em vias de desenvolvimento deverão reduzir as emissões em 20% em 2050.

Elogio
Ao analisar o programa do biocombustível brasileiro, o diretor do Pnud elogiou a matriz energética brasileira por minimizar o impacto da emissão de gás carbônico na atmosfera. Ele disse ainda que o etanol extraído a partir da cana-de-açúcar é mais eficiente do que o modelo a partir do milho, como feito nos Estados Unidos. Uma das sugestões apresentadas por Watkins para limitar o aquecimento global seria taxar emissões de gás carbônico. “O etanol de milho é bem menos eficiente do que o feito da cana-de-açúcar. E esse é o modelo que deveríamos perseguir”, disse Watkins.

Programas sociais
Uma recomendação feita pelo RDH é o fortalecimento dos programas de investimento social para que os países se adaptem às alterações climáticas.

Bons exemplos, segundo o relatório, são os programas de transferências monetárias, incluindo o brasileiro Bolsa Família, que abrange 46 milhões de pessoas, e o Red de Protección Social, da Nicarágua, com resultados significativos perante a recessão dos preços do café.

O relatório destaca ainda os programas de apoio para manter as crianças nas escolas, tais como o Progresa no México e o Programa de Asignación Familiar em Honduras.
Gás carbônico
O Brasil, atualmente, ocupa o 16º lugar no ranking dos principais emissores de gás carbônico. Os dois primeiros lugares são ocupados por Estados Unidos e China. De acordo com o RDH, o compromisso do governo do Brasil, juntamente com uma participação da sociedade civil, foi importante para possibilitar o início do desenvolvimento de um plano integrado, que começou em 2004, para prevenir o desmatamento e assim colaborar na minimização das alterações climáticas. Os dados preliminares para 2005 e 2006 sugerem que a taxa de desmatamento no Mato Grosso, por exemplo, diminuiu cerca de 40%. O relatório recomenda que os países mais pobres incluam a adaptação às alterações climáticas nas suas estratégias de redução da pobreza, uma vez que os ciclos de carbono não seguem os ciclos políticos, sendo necessária uma visão a médio e longo prazo.

Retrocesso
De acordo com o RDH, o retrocesso no desenvolvimento humano da América Latina e Caribe terá efeitos sobre cinco áreas na região. São elas: Produção agrícola e segurança alimentarDesastres climáticos já estão afetando as temperaturas e a disponibilidade de água para a agricultura, em particular em áreas vulneráveis. Na América Latina, podem se esperar perdas significativas na produtividade agrícola. A redução terá efeitos negativos diretos no combate à pobreza. Escassez de águaAmérica Latina e Caribe vão enfrentar sérias ameaças nos recursos de água, devido ao colapso dos glaciais tropicais, especialmente na região Andina. Os glaciais estão derretendo no Peru e na Bolívia em ritmo acelerado. Aumento dos níveis do mar e exposição a riscos climáticosExistem evidências de que as alterações climáticas implicarão tempestades tropicais mais fortes, pois os oceanos, com temperaturas da água mais elevadas, originam ciclones que levam ao aumento dos níveis do mar.

Declínio da saúde
Pesquisas indicam que a saúde não está imune aos impactos provocados pelas alterações climáticas. O reaparecimento da dengue é uma preocupação crescente, especialmente em regiões como a Ásia e a América Latina.


Colapso de ecossistemas

Em 2005, parte oriental do Caribe sofreu um dos piores episódios de branqueamento de corais. O colapso dos corais poderá representar uma catástrofe para o desenvolvimento humano em diversos episódios.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Organização humanitária fala em até 10 mil mortos em Bangladesh

Informação é do Crescente Vermelho, a maior organização humanitária no país.
O governo de Bangladesh fala ainda em pouco mais de 2,2 mil mortos.

O número de mortos vítimas do ciclone Sidr que varreu na quinta-feira (15) o sul de Bangladesh poderá ficar entre 5 mil e 10 mil. A afirmação foi feita neste domingo (18) por um dirigente do Crescente Vermelho, a maior organização humanitária do país.

VEJA FOTOS DO CICLONE

O governo de Bangladesh fala ainda em pouco mais de 2,2 mil mortos.

"O número de vítimas chega, por enquanto, a 3 mil mortos confirmados", disse Abdur Rob, dirigente do Crescente Vermelho em Bangladesh. "Podem passar de 5 mil, mas abaixo dos 10 mil", acrescentou, explicando que ainda não há um número de definitivo nas zonas mais remotas, de difícil acesso.

Até 1989, o Crescente Vermelho de Bangladesh era chamado de Cruz Vermelha, pois essa é a origem da organização humanitária. Atualmente, o grupo tem 68 unidades em todo o país e cerca de 110 mil membros e voluntários. O objetivo do Crescente Vermelho é prestar socorro em situações de desastre, oferecer serviços de saúde e promover valores humanitários.

O ciclone Sidr foi classificado por muitos como um dos mais poderosos das últimas décadas, mas um plano de retirada da população prévia e o fato de o furacão ter tocado a terra durante a maré baixa evitaram uma catástrofe ainda maior. O Sidr arrasou tudo o que encontrou em seu caminho, com ventos de até 233 km/h, e causou uma alta das ondas em cinco metros, num país onde 60 milhões de pessoas vivem a menos de dez metros acima do nível do mar.

Ajuda internacional

Os Estados Unidos fretaram dois navios com helicópteros e equipes de assistência médica, a União Européia anunciou uma ajuda de 1,5 milhão de euros (US$ 2,2 milhões) e a Alemanha doará mais 500 mil euros.

A ajuda contribuirá para melhorar uma situação que agora é de pura desolação, já que o trabalho do Exército, da Marinha, da Guarda Costeira e da Polícia não são suficientes para atender às necessidades dos milhões de desabrigados.

Em alguns povoados do litoral, como Rajeswar, Rampal e Dublarchar, os sobreviventes continuam procurando seus parentes em campos, arbustos e canais, com a esperança de encontrar sobreviventes, informou a agência "UNB".

As áreas mais afetadas são as regiões litorâneas de Bagerhat (com 610 mortos), Barguna (362), Patuakhali (249) e Pirojpur (254), mas ainda não se sabe o destino de mais de cem embarcações que não conseguiram retornar ao porto com a chegada do ciclone.

www.g1.com.br / foto de: Air Abdullah

domingo, 18 de novembro de 2007

Baleia reaparece encalhada no Pará

Moradores locais afirmam que baleia está na praia do Jauarituba, oeste do Pará.
Mamífero havia desaparecido nesta sexta-feira (16).

Uma equipe formada por biólogos e veterinários do Ibama retomou neste sábado (17) a operação para tentar salvar a baleia da espécie Mink, depois que moradores de Belterra, oeste do Pará, afirmaram ter visto o mamífero encalhado na praia do Jauarituba.

A operação para tentar achar e salvar a baleia havia sido encerrada na tarde desta sexta-feira (16), quando ela desapareceu e não foi mais encontrada pelas equipes de buscas.

Segundo os biólogos, o animal de cinco metros pode estar subindo o rio, na tentativa de chegar ao Oceano Atlântico pela costa do Pará ou Amapá. Os especialistas temem que ela não consiga sobreviver fora do habitat natural.

A baleia Mink percorreu mais de 850 km, do Oceano Atlântico, até chegar ao local onde encalhou. Segundo os biólogos do Ibama, o animal se perdeu da rota.

www.g1.com.br

sábado, 17 de novembro de 2007

Mudanças na Amazônia são aterrorizantes, diz ONU

Declaração foi feita por secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em evento na Espanha.
Ki-moon defende busca de novas formas de consumo e indústrias não-poluentes.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou neste sábado (17) que "tesouros" da Terra estão sendo ameaçados pelas mudanças climáticas, citando a Antártida, as geleiras de Torres del Paine e a Amazônia. “As mudanças nessas regiões são tão aterrorizantes quanto as de filmes de ficção científica. São ainda mais [aterrorizantes] porque são reais”, continuou.

Visite o site do Jornal do Hoje

Se nenhuma medida for tomada, diz o relatório, parte da floresta amazônica vai virar cerrado até o fim do século, e o sertão nordestino vai virar um deserto.

Ban Ki-moon presidiu na cidade espanhola de Valência o encerramento da 27ª sessão plenária do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês) da ONU, reunido desde segunda-feira (12).

O secretário-geral defendeu o uso de meios "reais e acessíveis" para combater as mudanças climáticas e pediu que os políticos dêem resposta às evidências que os cientistas constataram. Ki-moon defendeu, por exemplo, ir "além" da luta contra a mudança climática, para buscar novos e melhores modos de produzir e de consumir, promover indústrias não-poluentes e avançar para uma "aliança mundial" a favor do crescimento baseado em uma economia verde.

Ações concretas

Ban Ki-moon disse que o relatório aprovado pelo IPCC em Valência responde a muitas das questões políticas sobre a mudança climática e afirmou que, agora, cabe aos governos traduzirem essas respostas em ações concretas.

Ele destacou, por exemplo, a importância da reunião da Convenção de Mudança Climática da ONU em Bali, em dezembro, e expressou sua confiança de que, depois de os cientistas terem falado "claramente e com uma só voz" em Valência, os dirigentes políticos mundiais façam o mesmo em Bali.

O secretário-geral da ONU disse ainda que uma ação política "coordenada e sustentada" poderia evitar alguns dos pontos mais catastróficos apontados pelo relatório do IPCC. Ele advertiu que a cúpula de Bali deverá estabelecer um calendário de negociações e confiou em que se chegará a um acordo para que esse processo tenha terminado em 2009.

Conseqüências

Ki-moon observou que um dos aspectos cruciais do relatório dos cientistas é que a mudança climática afetará muito especialmente os países em desenvolvimento e apontou que o degelo das geleiras provocará inundações nas zonas montanhosas e escassez de água na Ásia meridional e na América do Sul.

"A mudança do tempo e das temperaturas pode fazer os países em desenvolvimento retrocederem para o poço da pobreza e desfazer muitos dos progressos", disse o principal responsável da ONU. Ban alertou que a resposta à mudança climática não será eficaz se forem sacrificados outros objetivos, entre eles a erradicação da pobreza.

Segundo o relatório divulgado neste sábado, o nível dos oceanos subiu 1,8 milímetro ao ano desde 1961 -- a partir de 1993, o ritmo passou a 3,1 milímetro por ano. As calotas polares e as geleiras, por sua vez, estão derretendo mais rápido, enquanto as tempestades estão mais fortes e mais freqüentes.

O documento confirma que as causas são humanas: a emissão de gases que provocam o efeito estufa aumentou 70% desde 1970. A principal fonte é a queima de combustíveis fósseis, mas a agricultura e a pecuária também contribuem. Nas próximas duas décadas, diz o relatório, a temperatura deve continuar subindo em média 0,2 grau por ano.

Por isso, os cientistas recomendam mais eficiência no uso da energia pelas indústrias, pelos prédios e casas, além de mais eficiência no consumo feito pelos automóveis. Entre as alternativas que podem ser usadas para diminuir as emissões estão a energia solar e até a nuclear, que é limpa em termos de emissões de gases.

Apelo

O secretário-geral da ONU apelou à comunidade internacional para que volte seus esforços em buscar respostas políticas e não em procurar "culpados". Ele também disse que os efeitos da mudança climática são "tão graves e tão generalizados" que requerem uma ação "urgente e mundial".

Ban Ki-moon considerou que os acordos futuros deverão incluir incentivos para os países em desenvolvimento. Entre esses esforços estão melhores condições financeiras para tecnologias energéticas pouco poluentes, ajudas financeiras para que os países mais vulneráveis se adaptem aos efeitos da mudança e transferências de tecnologias pouco poluentes.

A ONU, disse, quer dar exemplo na luta mundial contra a mudança climática e faz um esforço para que suas operações no mundo todo sejam "neutras" no que diz respeito às emissões de gases que intensificam o efeito estufa.

www.g1.com.br / (Foto: Fernando Bustamante/AP)

WWF adverte sobre rápida desaparição de rios em curso livre no mundo

Grande parte dos maiores rios do mundo está perdendo sua conexão com o mar, segundo a rede WWF. Além disso, quase um quarto dos rios está em risco de desconectar-se dentro dos próximos 15 anos.

De acordo com um relatório do WWF, somente um terço dos 177 grandes rios do mundo (de 1.000km e maiores) seguem fluindo livremente, sem obstáculos como diques e outras barreiras. Na realidade somente 21 destes correm livremente desde suas nascentes até o mar, os outros 43 são grandes afluentes de rios como o Congo, Amazonas e Lena.

O relatório – Rios em curso livre - Luxo econômico ou necessidade ecológica? – mostra que a crescente perda de rios em curso livre é uma tendência perturbadora, pois ameaça o abastecimento de água potável, saneamento, agricultura e pesca.

"Com tão poucos rios longos de curso livre, estamos a ponto de perder um outro recurso natural sem compreender o custo total dessa perda, antes que seja tarde demais”, disse o co-autor do relatório, Ute Collier.

"É irrefutável a importância dos rios e de suas águas para a vida das pessoas e para o desenvolvimento do país. No entanto, a degradação de um rio é como uma veia entupida de uma pessoa que pode levá-la à morte. Para mudar esse cenário é preciso ampliar a conscientização junto aos Governos na manutenção e recuperação dos regimes naturais dos rios compatibilizando os seus diversos usos como o abastecimento de água", alertou Samuel Barrêto, coordenador do programa Água para a Vida do WWF-Brasil.

O WWF afirma que não se deve subestimar a ameaça à fauna por causa das represas dos rios. Grandes populações de bagres na Amazônia e nas bacias de Mekong, golfinhos do rio na bacia de Ganges e o e o wildebeest no rio de Mara, estão ameaçados pelos efeitos de barreiras construídas pelo homem nestes rios.

Os diques podem reduzir a quantidade de peixes nativos em um rio, afetando diretamente a produtividade da pesca montante e jusante. Com o livre curso dos rios é possível regular a contaminação e nivelar os sedimentos. A carência desse nivelamento resultou na trágica inundação de New Orleans após o furacão Katrina.

"O furacão Katrina foi uma poderosa lembrança da repercussão negativa de rios alterados como o Mississipi”, disse Jamie Pittock, diretor do Programa Global de Água Doce do WWF. "A perda desse sedimento necessário para sustentar as áreas alagadas costeiras, devida às represas a montante e a canalização do rio, é um grande fator de devastação e perda de vidas”.

Os maiores rios de fluxo livre se encontram na Ásia, seguidos pela América do Sul e América do Norte. A Austrália / Pacífico tem a menor quantidade, somente três rios e na Europa, incluindo as áreas oeste do Ural, só tem um grande rio, o Pechora na Rússia, que flui livre desde sua nascente até o mar.

Para o IV Fórum Mundial da água no México de 16 a 22 de março, o WWF está chamando os governos para melhor proteger o curso livre dos rios e aplicar as recomendações da Comissão Mundial de Represas.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Cientistas pedem investimento pesado em energias renováveis

O potencial de países como o Brasil para a geração de energia por meio de fazendas eólica é gigantesco e o custo (financeiro e ambiental) bem menor do que o de fontes sujas como a nuclear.

São Paulo, Brasil — Relatório do conselho que reúne academias de ciências de todo o mundo recomenda aplicar US$ 18 bilhões por ano em fontes limpas para reduzir emissões dos gases do efeito estufa.

O conselho InterAcademy, que reúne as principais academias de ciência do mundo, lançou esta semana o relatório Iluminando o Caminho que propõe investimentos das grandes economias do mundo em energia limpa e renovável, além de programas de eficiência energética. O estudo contou com a coordenação do professor José Goldemberg, da USP.

Segundo o documento, é preciso um investimento de US$ 18 bilhões por ano até 2012 em energia limpa, o dobro do que se gasta hoje, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa do planeta. O professor Goldemberg, em entrevista à Folha de São Paulo, defendeu a criação de programas de eficiência energética e uma melhor distribuição da energia como os grandes desafios para as próximas décadas

“O lançamento de relatórios cientificamente respeitados, que proponham a redução de emissões de gases de efeito estufa por meio da diversificação da matriz energética mundial com a ampliação do uso das energias renováveis e de medidas de eficiência energética, é fundamental para o combate às mudanças climáticas e confirma as principais recomendações propostas pelo relatório [R]evolução Energética", afirmou Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil.

Clique aqui para baixar o estudo da InterAcademy (texto em inglês).

Saiba mais:
Um futuro brilhante e multibilionário para a energia solar

Investimento em energias renováveis pode gerar economia de US$ 180 bilhões por ano

Matéria retirada do site do greenpeace brasil.

Uma janela se abre para o mundo das grandes baleias do Pacífico Sul

Primeiros resultados da Trilha das Grandes Baleias revelam detalhes da migração de jubartes rumo à Antártida e empolgam cientistas envolvidos no projeto.

Marcar baleias com sensores, para rastreá-las por satélite, não é uma tarefa fácil. Na verdade, estudar baleias no seu próprio habitat nunca foi fácil, e talvez isso seja o mais estimulante de todo esse trabalho do projeto A Trilha das Grandes das Grandes Baleias. Apesar das muitas dificuldades, os cientistas do projeto conseguiram marcar 20 baleias e seguir sua migração por dois meses. Os resultados foram incríveis.

Conheça aqui o perfil de cada uma dessas baleias.

A Trilha das Grandes Baleias é uma colaboração do Greenpeace e cientistas que trabalham com baleias Jubartes no Pacífico Sul. Com o nosso apoio financeiro, um pequeno grupo de baleias jubartes pode ser estudado e marcado pelo Cook Islands Whales Research e pelo Opération Cétacés, da Nova Caledônia.

Quer ver como funciona isso? Assista ao nosso Canal das Baleias.

A equipe de cientistas conta com nomes renomados como Claire Garrigue, da Operation Cétacés. Ela estuda baleias Jubartes na Nova Caledônia, onde as mesmas se reproduzem. Estima que essa população apresenta menos que 100 indivíduos, e ainda pouquíssimos sinais de recuperação após o período de caça. Há fortes suspeitas de que as jubartes da Nova Caledônia migram para áreas de alimentação, onde estarão sendo objeto de caça científica dos japoneses nessa próxima estação.

Saiba aqui porque a caça a baleias em nome da ciência é uma grande piada de mau-gosto.

Outro nome importante que faz parte do projeto é Nan Hauser, da Cook Islands Whale Research. Ela pesquisa baleias Jubartes e normalmente consegue foto-identificar através da cauda cerca de 60-70 baleias por estação.

Claire pode fotografar uma baleia no sul da Nova Caledônia e em poucas semanas, ou até anos, Nan Hauser pode ver e registrar a mesma baleia a uma milha da costa de Rarotonga (nas Ilhas Cook) apenas com base nos desenhos em suas caudas.

Essas combinações dos desenhos das caudas são muito importantes cientificamente, mas o movimento entre esses dois pontos no tempo e espaço é, ainda hoje, um mistério.

Em agosto e setembro desse ano, Garrigue e Hauser, trabalhando junto com um cientista brasileiro do Instituto Aqualie, conseguiram marcar com sensores 20 baleias jubartes – 12 na Nova Caledônia e 8 nas Ilhas Cook. Todos os cientistas, mais a equipe do Greenpeace e nossos colaboradores e voluntários estavam aguardando ansiosos pelas respostas dos sensores.

“Hoje podemos afirmar que estamos todos muito felizes com o resultado dos sensores, que transmitiram sinais das baleias por dois meses”, afirma Leandra Gonçalves, coordenadora da Campanha de Baleias do Greenpeace Brasil.

"A marcação de baleias por satélite pode nos fornecer informações críticas sobre a estrutura da população e seu comportamento. Embora todos os sensores pararam a transmissão antes de qualquer baleia ter alcançado a Antártida, a informação conseguida nesses dois meses foi sensacional, e mostrou ser mais importante do que os programas de caça científica japonesa têm conseguido”, afirma Leandra Gonçalves.

Acompanhe no blog Oceanos, o dia-a-dia de Leandra no projeto A Trilha das Grandes Baleias.

Das 12 baleias da Nova Caledônia, algumas viajaram da área costeira do sul, pela área oceânica, para um distante banco de corais no sudeste, e algumas baleias permaneceram lá por longos períodos.

Confira aqui o mapa com a movimentação das baleias pelo Oceano Pacífico.

Até a realização da Trilha das Grandes Baleias, ninguém tinha idéia da importância da migração oceânica dessas baleias. Garrigue já está planejando um trabalho de foto-identificação e genética para a próxima temporada de reprodução nas Ilhas Nova Caledônia, e os resultados dos sensores podem movimentar esforços futuros para proteger o ambiente dos corais até então desconhecido, e agora com a presença das baleias.

Terra de Moby Dick

Uma dessas baleias surpreendeu a todos, deixou o sul da Nova Caledônia e se deslocou por toda costa oeste, centenas de milhas, para áreas de ilhas e corais conhecida como Chesterfields.

Isso trouxe aos pesquisadores a tona um registro histórico, porque no conhecido Dia de Herman Melville (isso mesmo aquele da história da Moby Dick), Chesterfields era um lugar onde se praticava a caça de baleia “yankee” no século 19. Ou seja, aí está a explicação para a ausência das baleias nessa área por um longo tempo.

Algumas baleias da Nova Caledônia se deslocaram para as Ilhas Norfolk e/ou para a costa norte da Nova Zelândia, preenchendo agora um passo chave no conhecimento prévio nessa população. Os cientistas sempre pensavam que as baleias iam para a Nova Zelândia, mas precisavam dessa confirmação, sobre sua migração.

Os movimentos entre essas duas areas são importantes, porque as baleias não têm mostrado sinais de recuperação dos tempos da caça em nenhuma dessas áreas e assim a ligação entre elas tem significativas implicações para a conservação desses animais.

Em todo esse contexto também pudemos concluir que as baleias marcadas na Nova Caledônia em nenhum momento foram para a Austrália, o que nos dá razões para acreditar que existem duas populações distintas na região.

Surpresa nas Ilhas Cook
O comportamento de oito baleias do grupo de 20 foi uma grande surpresa no entorno das ilhas Cook. Em vez de se espalharem e viajarem em diferentes direções, todas foram juntas para o oeste.

Uma das baleias viajou no sentido de Samoa, enquanto que outras se moveram para um complexo de ilhas e corais próximo à Tonga. Isso pode indicar que as baleias entram nas Ilhas Cook num tipo de 'onda' que as leva para as ilhas do leste, mas os cientistas ainda não podem afirmar - embora os movimentos tem sido observados entre as jubartes fotografadas em uma outra área de reprodução no Caribe.

Uma outra surpresa: nenhuma das baleias da ilhas Cook, diferente das observadas nas ilhas da Caledônia, mostrou qualquer sinal de seguir sentido do continente antártico. A variabilidade desses movimentos, e a consistência com a qual os animais das Ilhas Cook viajaram para oeste, têm importantes implicações para uma variedade de assuntos que seguem desde a estrutura de uma população rara e ameaçada até como esses animais navegam.

Dê nome às baleias

Nos próximos meses, cientistas vão trabalhar em mais detalhes do movimento desses animais, procurando respostas para afirmar se eles têm alguma relação com as características dos oceanos, como corais, correntes, fundo oceânico ou talvez até campo magnético – todos podem ter influência nos mecanismos que levam as jubartes em sua jornada pela imensidão dos oceanos.

Ainda estamos na expectativa para ver se um ou mais sensores voltam a transmitir sinais, mas todas as nossas baleias estão agora em nossa base de dados virtual para pesquisadores do mundo todo. E você pode ajudar a batizar cada uma delas, votando nos melhores nomes que foram escolhidos por internautas de todo o mundo. A votação começa no próximo dia 19 de novembro. Fique atento!

greenpeace.org.br

CARTA ABERTA DE ARTISTAS BRASILEIROS SOBRE A DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA



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quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Pergunta que não quer calar: de quem são as terras na Amazônia?


Manaus (AM), Brasil — Casa Civil chama ações urgentes para cadastrar proprietários de terra e definir quem são os responsáveis pelos desmatamentos na região amazônica.

A Casa Civil divulgou carta de recomendações para que o poder público, a sociedade civil e o setor produtivo agilizem o cadastramento e o licenciamento ambiental das propriedades rurais na Amazônia.

A carta traz a recomendação de que os governos federal e estaduais trabalhem conjuntamente para o cadastramento e o licenciamento das propriedades rurais. Recomenda também ao setor produtivo que utilize mecanismos de crédito e comercialização para estimular os produtores a regularizarem suas terras.

Confira aqui a íntegra da carta.

O documento é resultado da oficina Licenciamento Ambiental Rural e Regularização Fundiária na Amazônia Legal, realizada na Embrapa, em Brasília, dias 30 e 31 de outubro. A iniciativa faz parte dos esforços do Grupo de Trabalho da Soja para implementar a moratória da soja, compromisso assumido pelo setor do agronegócio de não comercializar grãos provenientes de novas áreas desmatadas a partir de julho de 2006, por dois anos.

Em suas apresentações, os representantes dos estados apontaram os avanços feitos nos cadastramento e no licenciamento das propriedades rurais, mas ressaltaram que existe carência de infra-estrutura e recursos humanos para sua efetiva implementação.

A Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), representando as maiores exportadoras de soja do país, apresentou a sua proposta de monitoramento da moratória da soja e se comprometeu a exigir que, até 2010, todos os seus fornecedores estejam regularizados.

“A reunião foi um passo importante rumo ao mapeamento dos problemas do uso do solo na Amazônia e demonstrou a urgência de formarmos um cadastro de propriedades rurais. O setor privado e os governos sabem que, sem este cadastro, o desmatamento continuará sem dono”, comentou Paulo Adario, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace.

O evento foi organizado pela Casa Civil, em parceria com o Grupo de Trabalho da Soja, do qual o Greenpeace faz parte. Participaram representantes de organizações da sociedade civil, do agronegócio, da Casa Civil, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do Ministério do Meio Ambiente e dos órgãos estaduais de meio ambiente e institutos de terra de oito estados que compõem a Amazônia.

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segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Turismo responde por 5% de emissões de gás-estufa


Se fosse um país, o turismo seria o quarto maior poluidor, à frente de Japão e Alemanha.

Se o turismo fosse um país, figuraria como o quarto maior poluidor de CO2 do mundo, à frente do Japão e da Alemanha. Dados publicados ontem pela Organização das Nações Unidas (ONU) estimam que o setor gere 5% de todas as emissões no mundo (1,3 milhão de toneladas) e que, em 2035, os valores irão dobrar.

"No futuro, o maior desafio para o turismo será o clima", diz o texto. Desde ontem, em Davos, ministros de todo o mundo, especialistas e organizações internacionais tentam elaborar uma estratégia que torne o setor compatível com as preocupações climáticas. Só o transporte corresponde a 75% das emissões do turismo.

Hoje, o turismo internacional gera US$ 800 bilhões, US$ 205 bilhões nos mercados de países em desenvolvimento. Para 45 governos do Caribe e outras regiões menos favorecidas, responde por 40% do PIB. O Fórum Econômico Mundial estima que o setor é o que mais cresce no mundo. Segundo a Organização Mundial do Turismo, o número de passageiros internacionais dobrará até 2020, chegando a US$ 1,6 bilhão/ano.

O que preocupa os especialistas é que, em 30 anos, as emissões vão dobrar se nada for feito. Nesse cenário, o setor aéreo representará 52% das emissões, algo que não seria compatível com as metas mundiais. Mas, se todas as novas tecnologias disponíveis forem adotadas, a possibilidade é que as emissões sejam reduzidas.

Os europeus sugerem que o setor aéreo estabeleça limites e pague altas taxas se passar de um teto a ser criado, mas encontra a resistência de países emergentes, como o Brasil. Assim como em outras áreas, o governo quer evitar que turismo e companhias aéreas adotem, por enquanto, tetos para a emissão de gases-estufa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Evento em Belém lança Fórum Amazônia Sustentável


Terminou no início desta tarde (08), em Belém, o encontro de criação do Fórum Amazônia Sustentável. O evento contou com a participação de dezenas de organizações da sociedade civil, empresas privadas de diversos setores da economia e órgãos dos governos federal e estaduais.

Durante o encontro, foram discutidos e aprovados a carta de compromisso que irá reger a atuação do Fórum, os eixos estratégicos para cumprimento de sua missão e uma agenda mínima para os próximos 12 meses. A carta, lida pelo ator Vitor Fasano - um dos artistas-líderes do movimento Amazônia para Sempre - tem como destaque a promoção das mudanças necessárias no modo de as empresas se relacionarem com a Amazônia, e o monitoramento das suas atividades. A atuação das empresas será avaliada por indicadores de sustentabilidade construídos coletivamente e compatíveis com as especificidades amazônicas.

Do encerramento participaram a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva e a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, que discursam em apoio à iniciativa, e os dirigentes das redes institucionais COIAB, GTA, CNS e Instituto Ethos. Até o encerramento do encontro, mais de 60 entidades já haviam aderido ao Fórum. Charles Nisz

Leia a íntegra da carta


quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Áreas protegidas da Amazônia na mira do setor elétrico


A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) poderá efetuar estudos em doze unidades de conservação na Amazônia. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) está apoiando o inventário hidrelétrico do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) em áreas de proteção integral nas bacias dos Rios Trombetas, Aripuanã, Juruena, Sucurundi, Branco e Jari.

Licenças concedidas em tempo recorde pelos novos encarregados de administrar a conservação da biodiversidade no País incluem o Parque Nacional do Juruena e a Estação Ecológica de Iquê, ambas no Mato Grosso, além da Reserva Biológica do rio Trombetas e a Floresta Nacional de Saracá-Taquera, estas no Pará.

A EPE não vê paradoxo em avaliar o potencial hidrelétrico de áreas onde, por lei, fora pesquisa ou visitação, é vedado qualquer tipo de atividade humana. As unidades de conservação para as quais autorizações foram solicitadas estão em bacias listadas no Plano Decenal de Energia 2007-2016.

Os inventários foram incluídos no PAC para receberem mais recursos e permitir o planejamento da entrada de 14 mil megawatts no Sistema Interligado Nacional. A bacia do rio Juruena, por exemplo, onde está localizado o Parque Nacional, surge com o potencial de gerar cinco mil megawatts.

Já Marcelo Furtado, do Greenpeace, tem opinião diversa. Para ele, "não deveriam acontecer pesquisas do gênero nem em áreas de proteção ambiental e nem em terras indígenas". Uma alternativa "seria efetuar esses estudos em áreas de Reservas Extrativistas (Resex)", complementa.

O ambientalista pede transparência do Governo Federal nesse processo e teme "o fato consumado: os estudos seriam a justificativa para a implantação".

Controle
"A atribuição sobre as Unidades de Conservação ainda é do MMA", se defende Françoso, atual diretor de Unidades de Conservação do Chibio. Ele vê com bons olhos que o planejamento energético seja feito por MMA e EPE, conjuntamente.

Segundo ele, caso alguma dessas áreas não tenha plano de manejo, o estudo terá de acontecer obrigatoriamente antes de haver qualquer tipo de pesquisa na região. Ele considera o inventário energético um avanço, pois desse modo, "o processo fica regulamentado".

Justificativa
Para a EPE, "a bacia do rio Trombetas faz parte do conjunto de bacias consideradas prioritárias pelo Ministério de Minas e Energia para a elaboração de estudos de inventário. A maior parte dessas bacias está localizada na Amazônia".

A empresa justifica as incursões nas unidades de conservação por considerar "necessária a avaliação do potencial hidrelétrico do rio principal e de todos os seus tributários, mesmo que situados em áreas com restrições legais para uso e ocupação, como é o caso de Terras Indígenas e Unidades de Conservação. Somente assim, será possível identificar o potencial energético nas bacias"

De acordo com a estatal, "a instalação de equipamentos - marcos topográficos, réguas para medição de nível, postos fluviométricos e sedimentométricos e uso de trado para sondagens geológicas - causam interferências mínimas sobre o meio natural".

Alternativas
Na opinião de Furtado, "há um equívoco sobre a matriz energética brasileira". Ele defende a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) - mais sustentáveis - e diz que "se elas fossem adotadas, não haveria motivo para estarmos discutindo projetos do tamanho das usinas do Rio Madeira".

Furtado defende um modelo descentralizado na geração e distribuição de energia. Ele cita novamente o exemplo do Madeira: "Qual o sentido de se gerar energia em Rondônia para abastecer o Centro-Sul?" Os 2450 quilômetros de linha de transmissão deixarão o preço da energia até 30% mais caros, segundo análises econômicas.

Por fim, ele enfatiza a necessidade de um melhor aproveitamento energético. Segundo Furtado, o desperdício de energia no Brasil chega a 40%. "Não haveria necessidade de buscar outras fontes de energia, se a geração atual fosse bem aproveitada." A Dinamarca e o estado americano da Califórnia mantém crescimento econômico continuo e não criam novas fontes energéticas há mais de uma década", exemplifica.

Processo

O ofício 061/2007 chegou ao diretor de Ecossistemas do IBAMA em janeiro. No papel, o diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE, José Carlos Miranda, pedia ao então diretor de Ecossistemas do IBAMA, Marcelo Bastos Françoso, que franqueasse a Bacia do Trombetas ao "planejamento geral do setor elétrico nacional".

O Ibama alegou que a pesquisa não interessava às unidades de proteção integral. E cobrou dos responsáveis os detalhes sobre o trabalho de campo que pretendiam fazer nas reservas. O então diretor de Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes, João Paulo Capobianco, recebeu no dia 13 de julho o ofício 1167/2007, reiterando a solicitação.

A EPE pediu urgência na aprovação da licença para atuar em 12 unidades de conservação na Amazônia, invocando os pedidos feitos em oito ofícios. A licença começou a sair no fim de julho, sob a chancela do Instituto Chico Mendes (Chibio), segundo matéria do site o Eco, em 22/08/07.

O Ministério de Minas e Energia (MME) conduz uma pesquisa sobre o potencial hidrelétrico da Amazônia sem poupar os cursos d'água nas unidades de conservação. O governo quer inventariar a capacidade de geração de energia de rios que estão em Parques e Florestas Nacionais, Reservas Biológicas e Estações Ecológicas. Em documento datado de 19 de janeiro, o diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE, José Miranda de Farias, pede autorização para a entrada de uma equipe de quatro técnicos na Reserva Biológica do rio Trombetas e na Floresta Nacional de Saracá-Taquera. De acordo com o ofício, os estudos "têm como objetivo avaliar o potencial hidroenergético desta bacia hidrográfica".

Quase sete meses depois, no dia 12 julho, um novo ofício de Farias trazia as mesmas solicitações. Agora pedindo liberação para pesquisas em oito reservas federais, todas na bacia do Rio Branco. Em duas semanas, o Chibio enviou ofício à EPE autorizando a entrada em pelo menos duas unidades de conservação no MT: o Parque Nacional do Juruena e a Estação Ecológica do Iquê. Nem o Iquê tampouco o Juruena tem planos de manejo. (Charles Nisz)


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terça-feira, 6 de novembro de 2007

Focos de incêndio já ameaçam municípios de chapada na BA


Em Jacobina, fumaça já se espalhou e voluntários tentam conter o fogo.
Fumaça chegou à beira das rodovias e preocupação é risco de acidentes.

Os focos de incêndio na região da Cahpada Norte estão se espalhando e já ameaçam municípios vizinhos como Jacobina (BA), que não tem Corpo de Bombeiros. Voluntários tentam controlar o fogo, que chegam à beira das rodovias e diminui a visibilidade.


Uma nuvem de fumaça se espalhou por toda a cidade. A vegetação seca e o vento forte facilita a expansão do fogo. Nas ruas mais próximas à serra, casas estão sendo fechadas e a população tenta se esconder da fumaça.


Moradores da região dizem conviver com o fogo e a fumaça durante todo o verão. Soldados do tiro de guerra, brigadistas voluntários e guardas municipais continuam enfrentando a fumaça e a altitude para tentar controlar o fogo.


Enquanto voluntários trabalham no combate aos incêndios na serra, o único caminhão que pode transportar água está quebrado.

g1.globo.com/Noticias/Brasil

Hidrelétricas no rio Madeira



O governo federal planeja incluir as usinas do Complexo do rio Madeira (Santo Antônio e Jirau), em Rondônia, já no próximo leilão de concessões para construção de hidrelétricas. Para acelerar o processo de licenciamento das obras, instituiu, no último dia 04, um grupo de trabalho interministerial, formado por representantes da Casa Civil e do Ministério das Minas e Energia.

O projeto do Complexo do rio Madeira é a maior iniciativa do Plano Plurianual 2004-2007 e congrega obras de energia - as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau - com a hidrovia do rio Madeira. O complexo é uma das propostas inseridas no portfólio da Iniciativa para Integração da Infra-estrutura Regional da América do Sul (IIRSA). O valor total da obra é gigantesco: R$13,2 bilhões.

Licitação e financiamento
O projeto foi formulado pela empresa estatal Furnas em conjunto com a construtora Odebrecht - juntas devem formar o consórcio para disputar a licitação da obra. Em maio do ano passado, o consórcio produziu os estudos de impacto ambiental da obra, aprovados em parte pelo Ibama no último dia 02 de dezembro. O Ministério dos Transportes espera obter a aprovação completa até abril.

Devido à inserção no IRSA, tanto o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) quanto a Corporação Andina de Fomento (CAF) já sinalizaram que estão dispostos a financiar o mega-empreendimento.

Veja também:

Íntegra do decreto de instituição do Grupo de Trabalho Interministerial

Íntegra do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do Complexo
(documento zipado, com 42Mb)

Sumário dos Estudos de Impacto Ambiental do rio Madeira


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domingo, 21 de outubro de 2007

A cobiça ameaça o rio Madeira


Atualmente, o principal campo de batalhas entre a preservação ambiental e o crescimento econômico fica em Rondônia. É nesse Estado que corre o rio Madeira e, com suas águas, o governo pretende construir duas hidrelétricas - a Jirau e a Santo Antônio - que seriam capazes de produzir 6.450 megawatts (MW). Assim, cumpriria mais da metade da meta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de aumentar a oferta de energia elétrica em 12.300 MW até 2010. Segundo o governo, tal volume é essencial para afastar o risco de apagão caso a economia passe a crescer 5% ao ano daqui há quatro anos: o grande projeto do segundo mandato do presidente Lula.

No entanto, devido a uma série de falhas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) a licença está empacada no Ibama. Para se ter uma idéia do drama, parecer técnico do órgão, divulgado dia 23 de abril, concluiu que não é possível atestar a viabilidade ambiental da obra, pois o EIA subdimensiona as áreas impactadas pela hidrelétrica. Disso decorrem problemas como, por exemplo, refazer a análise dos impactos do empreendimento em territórios fora da soberania nacional. Ou seja, os técnicos estimam que o lago formado pela construção pode inundar até mesmo regiões da Bolívia e do Peru.

De seu lado, o engenheiro Célio Bermann, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), parece ter a solução. No artigo “Impasses e Controvérsias da Hidreletricidade”, publicado na última edição da Revista Estudos Avançados, ele garante que o país não precisa construir mais nenhuma usina para atingir a meta do PAC.

Segundo Bermann, trocando as turbinas das cerca de 70 hidrelétricas com mais de 20 anos que existem no Brasil, poderia-se gerar 8.000 MW a mais. Para chegar aos 12.300 MW previstos no PAC, bastaria reduzir o desperdício nas linhas de transmissão que hoje é de 15%, para 10%. Assim, o país contaria com outros 4.500 MW de energia.


Interesses escusos

De todo modo, a produção de megawatts pode não ser o único objetivo da construção das hidrelétricas Jirau e Santo Antônio. Segundo o jornalista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) Carlos Tautz, uma articulação política e empresarial para emplacar a obra vem atuando desde o segundo semestre de 2006.

Em artigo publicado, no dia 30 de abril, no site Envolverde, Tautz revela que esse acordo envolvia os formuladores dos programas de governo de Geraldo Alckmin e de Lula, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sociais (BNDES), o Ibama, Furnas, a empreiteira Odebrecht e respeitados professores universitários. O objetivo era fabricar um consenso sobre a necessidade de construir as hidrelétricas.

De acordo com Tautz, o que ele chama de “Operação Madeira” transcorreu da seguinte forma: “1) O Ibama, após meses de questionamentos por parte de ambientalistas, aprovou licenças preliminares para as obras e marcou as audiências públicas para discutir um pré-EIA; 2) a construção das usinas entrou no programa de governo de Lula. Alckmin fez o mesmo; 3) o BNDES, único financiador de longo prazo no Brasil para obras de infra-estrutura, reduziu suas taxas para projetos de geração e transmissão de energia. Sintomaticamente, deixou de fora a área da distribuição de energia, que não está diretamente envolvida no projeto do Madeira; e 4) Furnas & Odebrecht tentam angariar na sociedade apoio para a obra”.

A obra está orçada em R$ 20 bilhões e os seus defensores esperam que a oferta de energia induza à construção de um grande pólo agroindustrial. Além disso, “tanta eletricidade demandaria a utilização de 30 milhões de hectares” de terra, numa área que o Ministério do Meio Ambiente considera prioritária para a preservação.

Para completar o esquema, Tautz prevê como “uma outra possibilidade forte a criação de um grande lago artificial e de uma enorme hidrovia, por onde as commodities agrícolas produzidas pelo complexo agroindustrial seriam transportadas até atingirem portos marítimos, de onde iriam para grandes importadores de bens primários”.

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quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Usina hidrelétrica continua ocupada por manifestantes no Pará


Grupo reivindica aumento no valor das indenizações por desapropriações.
Empresa recebeu pauta de reivindicações, mas ainda não se manifestou sobre ocupação.

Já dura quase 24h a ocupação do canteiro de obras das eclusas da usina de Tucuruí, no Pará, por cerca de 200 pessoas ligadas ao Movimento dos Atingidos por Barragens. Eles invadiram a área na noite de segunda-feira (15), por volta de 22h.

No final da manhã desta terça-feira (16), os manifestantes entregaram uma pauta de reivindicações à Eletronorte. A empresa não se manifestou sobre a ocupação.

Os manifestantes não pretendem sair da área enquanto não negociarem com companhia. Eles também tomaram posse de seis veículos da construtora responsável pela obra.

Reivindicações

O grupo reivindica o aumento de R$ 30 mil para R$ 60 mil no valor das indenizações pagas aos moradores que serão atingidos pela construção das eclusas. Além disso, eles querem uma solução para os pescadores que sobrevivem da pesca na área.

Os moradores afirmam que as obras das eclusas estão avançando a um ritmo acelerado e temem a hora de deixar as residências sem ter dinheiro nem lugar para ir.

Em maio, manifestantes ocuparam por quatro dias a sala de controle e a casa de máquinas da hidrelétrica. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a enviar soldados do Exército e policiais federais para desocupar o local, já que os manifestantes estavam brincando com os equipamentos.

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sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Jacarta, Indonesia


Greenpeace lança Base de Defesa da Floresta na Indonésia, hoje o terceiro maior emissor de gases do efeito estufa do mundo devido ao desmatamento e queimadas.

A Indonésia é um dos países que mais perdem florestas nativas no mundo por desmatamento e o terceiro maior emissor de gases do efeito estufa, depois da China e Estados Unidos. Não à toa, portanto, foi escolhido pelo Greenpeace para receber a Base de Defesa da Floresta da organização, como parte de seu esforço internacional para proteger regiões de floresta e o clima, temas centrais das negociações que indicarão o futuro do Protocolo de Kyoto.

Situada na província de Riau, na ilha de Sumatra, a base ajudará ao Greenpeace documentar a destruição descontrolada das florestas da região. Voluntários participarão do acampamento e ajudarão também no combate a incêndios florestais e nas pesquisas realizadas sobre a biodiversidade local.

O desmatamento é hoje responsável por aproximadamente um quinto das emissões totais de gases do efeito estufa no planeta. No Brasil, atualmente quarto maior poluidor do clima no mundo, as queimadas são responsáveis por 75% das emissões. O Greenpeace, juntamente com outras oito ONGs brasileiras, propôs um pacto nacional para reduzir a zero o desmatamento na Amazônia – ver aqui.

O trabalho e a documentação realizados nos próximos meses vão destacar a urgência de se acabar com o desmatamento, impedindo a perda de biodiversidade e combatendo as mudanças climáticas antes das próximas negociações do Protocolo de Kioto, em Bali, em dezembro.

“As florestas na Indonésia estão sendo destruídas e isso tem que acabar. O governo do país deve agir e se comprometer com uma moratória para a conversão de florestas locais, além de assegurar um plano de ação eficaz contra as queimadas”, disse Hapsoro, da campanha de Florestas do Greenpeace no Sudeste da Ásia, que já se encontra no acampamento.

O Greenpeace pede que o governo da Indonésia se comprometa com a moratória do desmatamento e da exploração de madeira; com a revisão da legislação florestal, da governança e do cumprimento da lei; e a implementação de um sistema responsável e justo do uso da terra.

“Nós precisamos de ação internacional para acabar com o desmatamento. Este acordo deve ser incluído no segundo período do Protocolo de Kioto. Proteger as florestas significa proteger a biodiversidade, o modo de vida de milhões de pessoas que dependem das florestas e o clima global”, disse Sue Connor, da campanha de Florestas do Greenpeace Internacional.

Ações para reduzir o desmatamento devem ser parte do “Mandato de Bali”, que deve ter conteúdo, processos e agendas ambiciosos para o próximo período do Protocolo de Kyoto, que deve ser concluído em 2009.

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sábado, 6 de outubro de 2007

Anta tem as 4 patas queimadas em incêndio



Animal foi encontrado em vala no meio de queimada em Mato Grosso do Sul.
Expectativa é que tratamento dure cerca de três meses.

Uma anta chegou ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande (MS), na quarta-feira (3), com as quatro patas queimadas. O animal, de 150 quilos, foi encontrado por peões na região de Miranda, em uma vala localizada no meio de uma queimada.

O biólogo do Cras Elson Borges dos Santos acompanhou o resgate e acredita que a anta ainda é muito jovem. Ele estava na região fazendo a soltura de animais reabilitados.

A anta foi atendida e medicada na quinta-feira (4) no Cras. “Ela teve as quatro patas queimadas, perdeu todas as unhas e está desidratada. Foi muito triste encontrá-la nessa situação. Todo o local estava destruído”, contou Santos.

A anta não consegue ficar em pé e a expectativa é que o tratamento dure cerca de três meses. “Embora esteja queimada, ela tem força. Precisa comer e beber para melhorar. Até agora, ela está à base de soro”, explicou o biólogo. Para a anta ficar mais confortável, será construída no viveiro uma cobertura com folhas. Caso consiga melhorar, ela vai voltar para a fazenda onde foi encontrada. De acordo com informações do Cras, 318 animais foram vítimas das queimadas só no mês de se

www.g1.com.brtembro.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Aumenta o risco de extinção global


Uma das maiores pesquisas já realizadas sobre as condições de reservas naturais protegidas mostra que elas tem sido tão intensamente exploradas que o planeta enfrenta o mais grave risco de extinção global desde o desaparecimento dos dinossauros, há 65 milhões de anos.

Segundo o estudo, as estratégias de conservação falharam frente a pressão causada pelo crescimento populacional e expansão de áreas agrícolas. Cerca da metade das reservas naturais está sendo intensamente usada para a agricultura.
Dez mil pesquisadores de 181 países analisaram as condições de 17 mil reservas naturais. O estudo foi realizado pelas ONGs União Mundial Para a Natureza (IUCN, na sigla em inglês), na Suiça, e Future Harvest, nos EUA.

As áreas estudadas, entre elas a Mata Atlântica brasileira, são consideradas os maiores tesouros naturais do planeta. Os cientistas disseram que encontrar uma forma de atender às necessidades da população e preservar a biodiversidade é um dos maiores desafios do século. "A fome se transformou numa inimiga da vida selvagem", disse a pesquisa. Os pesquisadores descobriram elevados índices de desnutrição da população que vive junto a 16 das 25 grandes áreas mundiais ricas em biodiversidade.

Se o ritmo atual de devastação continuar, 25% das espécies de plantas e animais, e metade das florestas poderão estar extintas ou seriamente ameaçadas em 50 anos. Os cientistas propuseram que a agricultura e a preservação do meio ambiente sejam unidas sob uma só bandeira, a da ecoagricultura. O estudo frisou que proibir invasões de nada adiantará. Muito mais eficácia teria incentivar a agricultura em outras áreas, com a ajuda de novas tecnologias.

A Mata Atlântica, da qual restam cerca de 7%, mereceu destaque. Segundo o estudo, mesmo o protegido mico-leão-dourado não está livre da ameaça da perda de território para a agropecuária.

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domingo, 30 de setembro de 2007

Atmosfera perde capacidade autolimpante
















Um grupo de persquisadores dos EUA, da Austrália e do Reino Unio traz mais um alesrta a quem ainda ousa duvidar do efeito estufa e das mudanças climáticas globais: além de poluir, o homem também está minando a capacidade da atmosfera de se limpar sozinha - e de uma forma mais avassaladoers do que seria imaginável, ou recomendável. Estudo feito por eles e publicado em edição da revista científica americada "Science" (www.sciencemag.org) mostra que os níveis do gás hidroxila (OH) na atmosfera despencaram nos últimos dez anos.

Esse gás é o principal detergente natural do planeta. É ele o principal responsável pela decomposição de gases-estufa, como o metano e o dioxido de enxofre, e de poluentes, como o monóxido de carbono e o ozônio. Sem o OH por perto, esses gases acabam ficando no ar em quantidades maiores, agravando o efeito estufa ( retenção de radiação solar por uma capade gás, que esquenta a Terra).
Apesar de ficarem muito pouco tempo no ae, esses compostos são fundamentais para o funcionamento da "sopa" atmosférica. O OH, por exemplo, só dura um segundo - mas é responsável pela quebra do metano, que tem meia-vida de 11 anos.
Acontece que, justamente pelo fato de o OH ser não fugídio, até agora ninguém havia conseguido medur sua concentração. Prinn, então, apelou para um truque: ele calculou indiretamente o nível do gás, olhando para uma molécula chamada metil-clorofórmio. Esse composto é uma espécie de "espelho" químico do OH. Para cada moléucla dele que é degradada existe uma molécula do radical fujão na atmosfera. Assim, estimando a sua concentração entre 1978 e 2000, Prinn e seu grupo puderam chegar à trilha do OH.
E não gostaram do que viram: os níveis de metil-clorofórmio subiram 15 % entre 78 e 92 e caíram em 2000 para 10 % abaixo do mínimo medido em 78. "Esses gases estão reagindo muito depressa às mudanças da atmosfera", disse Artaxo.
Os cientistas ainda não sabem dizer se a tendência é a queda, mas num momento em que os EUA enterram o Protocolo d Kyoto, acordo mundial para reduzir os gases do efeito-estufa, os resultados não são animadores.

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sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Juína vira palco de discussões


A cidade de Juína, região Noroeste do Mato Grosso, foi palco de abuso de autoridade, ameaças e constrangimentos à liberdade de ir e vir e de imprensa. Já dava lugar, há vários meses, a disputas territoriais graves entre os fazendeiros de gado e os índios da tribo Enawene-Nawe. Agora, por meio do vídeo Amazônia, uma Região de Poucos, produzido pelas vítimas dos abusos cometidos no fim de agosto, ficamos todos sabendo que aquela é uma terra sem lei.

O problema começou a ser revelado quando um grupo de nove pessoas, entre ambientalistas do Greenpeace, da Operação Amazônia Ativa (Opan), e dois jornalistas franceses, foi convidado pelos índios da tribo Enawene-Nawe para documentar as áreas recém-desmatadas pelos fazendeiros da região do Rio Preto.

Há mais de um ano, os índios Enawene fizeram uma denúncia à Secretaria do Meio Ambiente e ao Ministério Público Federal, sem resultados. Também já tentaram, em junho deste ano, bloquear pontes e estradas de acesso à região, munidos de arco e flecha. Saíram de lá com várias promessas não cumpridas. A tensão entre eles e os fazendeiros responsáveis por destruir suas terras sagradas foi crescendo na mesma proporção dos desmatamentos.

Quando o grupo de ambientalistas e jornalistas chegou à cidade, foi rapidamente abordado pelos atuais "donos" das terras, que queriam saber o motivo de sua presença ali. Na manhã seguinte, o grupo foi interrogado por cerca de seis horas na Câmara Municipal de Juína. Estavam presentes o prefeito da cidade, Hilton Campos (PR, ex-PL), o presidente da Câmara, Francisco Pedroso (DEM, ex-PFL), o presidente da OAB local, o presidente da Associação dos Produtores Rurais da região do Rio Preto (Aprurp), Aderval Bento, vários vereadores, a polícia e mais de 50 fazendeiros. Estes aplaudiram entusiasmadamente quando o prefeito garantiu que não permitiria a ida do grupo ao Rio Preto.

novae.inf

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Era uma vez o Rio Madeira...


Quem vai disputar o leilão:

- Odebrecht, Furnas, Alston(multi-nacional), Voith-Siemens e Va-Tech, Grupo Suez (Bélgica), Astaldi Spa (Itália) Impsa, fornecedores chineses e outros enlatados!

RESUMO DA NOVELA

Em 2001, a ODEBRECHT (A Odebrecht é uma organização brasileira com padrões de qualidade mundiais. Fundada em 1944, está presente em países da América do Sul, América Central, América do Norte, África, Europa e Oriente Médio.) começa a estudar a bacia hidrográfica do Rio Madeira.

Em janeiro de 2003, a ANEEL (Empresa Nacional de Energia Elétrica) formaliza autorização para os estudos de viabilidade.

Em agosto de 2003, o consórcio Furnas/Odebrecht pede ao Ibama autorização para fazer o Estudo de Impacto Ambiental.

Em dezembro de 2004, estudo de viabilidade das duas usinas são entregues à Aneel pelo consórcio Furnas/Odebrecht. Esses estudos servem de base para a Aneel elaborar os termos da concorrência.

Em outubro de 2005 a Odebrecht e Furnas firmam acordo para participar juntas do leilão do Rio Madeira, aguardado para o ano seguinte.

2006, O leilão é adiado (Graças a Deus!!!)

Governo encampa, em janeiro de 2007, as hidrelétricas do Madeira como projeto estratégico do PAC.

O Ibama pede novos estudos ambientais e abre uma crise dentro do governo. Pressionada pelo presidente Lula, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, demite o diretor de licenciamento do Ibama, Luiz Felipe Kunz. (Absurdo!!!)

Em julho de 2007 o Ibama concede licença para a construção das hidrelétricas( será que o novo diretor teve medo???). a Camargo Correa acusa a Odebrecht de concorrência desleal. O governo força a Odebrecht a rever seu contrato com Furnas. ( Nem precisava, há um meio mais eficiente para isso e que a maioria dos nossos governantes são acostumados a aceitar, acredite, a grande maioria, se chama SUBORNO).

Em agosto de 2007, a Secretaria de Direito Econômico abre processo para investigar se os acordos da Odebrecht prejudicam a concorrência.

Em setembro de 2007 o leilão é mais uma vez adiado.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Nova York, Estados Unidos

No discurso que fez nesta terça-feira na ONU, em Nova York, o presidente Luís Inácio Lula da Silva disse aos líderes mundiais que o Brasil tem feito "esforços notáveis" para diminuir os efeitos do aquecimento global, reduzindo pela metada a taxa anual do desmatamento da floresta amazônica. Afirmou ainda que o país lançará em breve seu plano nacional de combate às mudanças climáticas, intensificando o enfrentamento do problema.

Pois bem, que o governo passe então o quanto antes do discurso à prática, apresentando metas anuais concretas para zerar o desmatamento da Amazônia. As queimadas são responsáveis pela maior parte das emissões brasileiras de gases do efeito estufa, colocando o Brasil em quarto lugar no triste ranking dos países mais poluidores do clima no mundo. Como bem disse o representante do Greenpeace China, Lo Sze Ping, durante reunião segunda-feira na ONU com representantes de diversos países, não há mais tempo para retóricas. É hora de agir.

“Esperamos que o governo brasileiro agora saia do discurso e tome medidas práticas de combate ao aquecimento global, se comprometendo em promover a eficiência energética e o aumento da participação das energias limpas na matriz brasileira, e o fim do desmatamento na Amazônia, de preferência antes da Conferência das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas da ONU, que acontecerá em Bali, em dezembro”, afirma Marcelo Furtado, diretor de Campanhas do Greenpeace Brasil

“O desmatamento caiu 50% em relação ao segundo maior recorde de desmatamento da história, que foi de 27 mil km/2 em 2004. É um número ainda inaceitavelmente elevado”, afirma Paulo Adário, da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil, lembrando que o governo Lula tem um projeto ambicioso de desenvolvimento, com o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que faz pressão sobre a floresta. Além disso, diz Adário, os fatores econômicos que contribuíram para a queda do desmatamento inverteram o sinal neste momento. “O desmatamento diminuiu quando os preços internacionais da soja e carne caíram. Hoje, esses preços já aumentaram. Os números mostram que no trimestre maio-junho-julho de 2007 o desmatamento aumentou em 200% e o número de queimadas também cresceu em relação ao mesmo período do ano passado. Isso tudo indica uma tendência nociva à floresta.”

Lula também defendeu em seu discurso na ONU uma nova matriz energética para o mundo, capitaneada pelos biocombustíveis, para reduzir emissões dos gases do efeito estufa e ajudar países pobres da América Latina, Ásia e África a gerarem emprego e renda. No entanto, o discurso não bate com a prática de seu governo, que recentemente sinalizou com a intenção de retomar o programa nuclear brasileiro e construir uma terceira usina nuclear no país, Angra 3.

“Enquanto Lula posa de grande promotor dos biocombustíveis perante o resto do mundo, no Brasil o programa para promover as energias alternativas, como solar, eólica e pequenas centrais hidrelétricas, não tem a escala nem o apoio necessários para garantir energia limpa para o desenvolvimento esperado pelo país nas próximas décadas. Em vez disso, o governo quer investir R$ 7 bilhões no dinossauro nuclear de Angra 3”, critica Furtado.

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