Por João Paulo Monteiro
A insistente fumaça do casco sapecado na brasa, forma como é preparada a tartaruga-da-amazônia, ainda apreciada no norte do Brasil, denuncia que o número de fêmeas capturadas no momento da desova em Praia Alta, Rondônia, não é pequeno. “Estão comendo tartaruga como nunca”, conta Eduardo Bissagio, analista ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), em Porto Velho. A captura tem ocorrido por falta de fiscalização e fechamento do escritório do Ibama justamente na área de um projeto de proteção de quelônios que tinha mais de 30 anos de atividades de sucesso.
Uma das bases do Projeto Quelônios da Amazônia (PQA) fica na Praia Alta, rio Guaporé, fronteira entre Brasil e Bolívia. Nesta região há grande concentração de Podocnemis expansa, maior tartaruga de água doce da América do Sul – chega a ter 80 centímetros de comprimento e pesar 60 quilos. Existem pelo menos 60 mil fêmeas em idade reprodutiva em todo o Brasil. Em 2010, o projeto teve seis mil covas da espécie e, em Praia Alta, 600 mil filhotes foram liberados.
Roberto Gallucci, responsável pela biodiversidade aquática no MMA, não quis se pronunciar sobre o assunto.
Parte que mais me chamou atenção foi o descaso mostrado por parte de quem deveria estar responsável pela biodiversidade (Roberto Gallucci): “Como não é uma prioridade do governo federal, nunca haverá dinheiro para o desenvolvimento de projetos como este."
Texto de Leilane Marinho (com alterações) retirado de oecoamazonia.com
Foto da internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário