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sábado, 8 de setembro de 2007

Queimadas em áreas de preservação crescem 43%

Parques em Mato Grosso e Goiás que recebem milhares de turistas estão em chamas.No Pará, falta fiscalização para conter incêndios provocados por fazendeiros. O inverno seco alimenta novos focos de incêndio nas matas brasileiras. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em todo o país, de janeiro a agosto deste ano as queimadas em áreas de preservação cresceram 43% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em Mato Grosso, está fechado, em pleno Feriado da Independência, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães - que recebe milhares de turistas por ano. O motivo é o incêndio que, em oito dias, queimou 15% do parque. Nesta sexta-feira (7), os brigadistas receberam um reforço no combate às chamas.
Por terra, há muitas dificuldades. Só com o transporte aéreo se chega com rapidez ao local do incêndio. Um helicóptero transportou dezenas de homens entre os 160 que há oito dias tentam apagar o fogo. Para acelerar o trabalho, eles vão montar motobombas, que retiram água dos rios e injetam nos tanques dos brigadistas. Tecnologia para enfrentar chamas extensas.
As equipes chegaram a usar aviões para combater o incêndio. Eles fizeram várias viagens e despejaram água em pontos críticos. Mas as operações tiveram que ser interrompidas depois que o fogo voltou a atingir as áreas de montanhas.
As chamas já podem ser vistas nos paredões do Véu de Noiva(foto), região de nascentes e cachoeiras que registra o maior movimento de turistas no parque. A reserva, que recebe 120 mil turistas por ano, está fechada para a visitação desde que o incêndio começou.

Pará

No Pará, falta fiscalização para conter as queimadas provocadas por fazendeiros. Onde o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) tem menos agentes ambientais é na Amazônia. É agora, durante o período de seca, que as queimadas se alastram por toda a região amazônica. E muitas vezes o fogo que começa no pasto termina na floresta. São as queimadas criminosas. Fazendeiros ateiam fogo para renovar as pastagens e para abrir novas áreas de criação de gado. Não respeitam nem as unidades de conservação.

Só na Floresta Nacional de Carajás, no Sudeste do Pará, o fogo já consumiu 1.200 hectares de mata. Os satélites dão com exatidão a localização dos focos. O problema é o acesso.

De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), mesmo quando os fiscais conseguem chegar já não há muito o que fazer. Resta multar os culpados. "A arrecadação desses valores é muito baixa, em geral fica em menos de 2%, 3%, e se não tem uma punição posterior à emissão à emissão das multas , não tem incentivo para realmente cumprir a lei", afirma Paulo Barreto, pesquisador do Imazon.

Goiás

Um grande incêndio, que já dura três dias, está destruindo o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no Nordeste de Goiás. O fogo já consumiu mais de 60% da reserva, que tem uma área de 65 mil hectares. Quarenta homens do corpo de bombeiros e do Ibama tentam controlar as chamas, que, por causa do vento forte, se espalham rapidamente. Milhares de turistas costumam visitar o parque durante todo o ano, mas por segurança, as trilhas estão fechadas ao público.


Considerado um dos ecossistemas mais importantes do Brasil, por abrigar uma rica biodiversidade do cerrado, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros recebeu da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o título de patrimônio natural da humanidade.

www.g1.com.br

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Ou Aprendamos a preservar, Ou Mudamos o Hino Nacional!



Hino Nacional Brasileiro, com algumas mudanças...e nem tão brasileiro assim...

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante(Vamos fazer por merecer o "heróico"?),
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte(Conquistamos e agora estamos entregando),
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte(Desafia a Amazônia)!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!(Enquanto não a perdemos)

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido(límpido, nem tanto),
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

II

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!(Enquanto não a perdemos)

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro desta flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.

Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta (ele luta contra ela),
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!


SIM, TENHO ORGULHO DE SER BRASILEIRO. ACHO QUE TODOS AQUI TESMOS!
A MINHA INSATISFAÇÃO A RESPEITO DO QUE VEM OCORRENDO COM TODA NOSSA RIQUESA NÃO ME DEIXA MENTIR, EM MINHAS POSTAGENS.
SEREMOS GUERREIROS, SEREMOS IRMÃOS COMO NUNCA DE NOSSA MÃE, DE NOSSA PÁTRIA.

Floresta Amazônica

A Floresta Amazônica é a floresta equatorial que forma a maior parte da Amazônia. É uma das três grandes florestas tropicais do mundo. A hiléia amazônica (como a definiu Alexander von Humboldt) possui a aparência, vista de cima, de uma camada contínua de copas, situadas a aproximadamente 50 metros do solo.

A maioria de seus sete milhões de km² é constituída por floresta que nunca é alagada, em uma planície de 130 a 200 metros de altitude, formada por sedimentos do lago Belterra, que ocupou a bacia Amazônica entre 1,8 milhão e 25 mil anos atrás. Ao tempo em que os Andes se erguiam, os rios cavaram seu leito, o que originaria os três tipos de floresta da Amazônia. As duas últimas formam a Amazônia brasileira:

  • Florestas montanhosas andinas
  • Florestas de terra firme
  • Florestas fluviais alagadas

No Pleistoceno o clima da Amazônia variou entre frio-seco, quente-úmido e quente-seco. Na última fase frio-seca, há cerca de 18 ou 12 mil anos, o clima da Amazônia era semi-árido, e o máximo de umidade ocorreu há sete mil anos. Na fase semi-árida predominaram as formaçòes vegetais abertas, como cerrado e caatinga, com "refúgios" onde sobrevivia a floresta. Atualmente o cerrado sobrevivem em refúgios dentro da mata.

O solo amazônico é bastante pobre, contendo apenas uma fina camada de nutrientes. Apesar disso, a flora e fauna mantêm-se, em virtude do estado de equilíbrio (clímax) atingido pelo ecossistema. O aproveitamento de recursos é ótimo, havendo mínimo de perdas. Um exemplo claro disso está na distribuição acentuada de micorrizas pelo solo, que garantem às raízes uma absorção rápida dos nutrientes que escorrem a partir da floresta, com as chuvas. Também forma-se no solo uma camada de decomposição de folhas, galhos e animais mortos, que rapidamente são convertidos em nutrientes e aproveitados antes da lixiviação.

Abaixo de uma camada inferior, a um metro, o solo passa a ser arenoso e com poucos nutrientes. Por isso e por conta da disponibilidade quase ilimitada de água, as raízes das árvores são curtas, e o processo de sustentação é feito também com base na escora das árvores umas nas outras.

A dificuldade para a entrada de luz pela abundância de copas, faz com que a vegetação rasteira seja muito escassa na Amazônia, bem como os animais que habitam o solo e precisam dessa vegetação rasteira. A maior parte da fauna amazônica é composta de animais que habitam as copas das árvores, entre 30 e 50 metros. Não existem animais de grande porte, como nas savanas. Entre as aves da copa estão os papagaios, tucanos e pica-paus. Entre os mamíferos estão os morcegos, roedores, macacos e marsupiais.

A fauna e flora amazônicas foram descritas no impressionante Flora Brasiliensis (40 volumes), de Carl von Martius, naturalista austríaco que dedicou boa parte de sua vida à pesquisa da Amazônia, no século XIX. A diversidade de espécies, porém, e a dificuldade de acesso às altas copas, faz com que grande parte da fauna ainda seja desconhecida.

Os grandes rios separam as espécies de mamíferos e aves. As matas alagadas estão localizadas nas proximidades dos rios, e têm características diferentes da mata de terra firme. O clima na floresta Amazônica é equatorial, pois fica bem perto da linha do equador e ela é contínua com a Mata Atlântica. Hoje em dia a Amazônia vem sendo devastada para a plantação de soja e dar lugar a pastos.

www.wikipedia.org - A enciclopédia livre.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Sai versão consolidada do primeiro Plano Anual de Outorga Florestal -- PAOF

A versão consolidada do primeiro Plano Anual de Outorga Florestal (PAOF) foi publicada hoje na página eletrônica do Serviço Florestal Brasileiro. Trata-se de uma nova versão que incorpora sugestões recolhidas em uma consulta pública realizada pela internet, além de contribuições dos membros da Comissão de Gestão de Florestas Públicas (CGFLOP).

A primeira versão, de acordo com as normas da lei, foi submetida também à Secretária de Patrimônio da União/MPO, Conselho de Defesa Nacional e Instituto Chico Mendes/MMA (órgão gestor das unidades de conservação federais de uso sustentável).

Entre as sustestões aceitas, está a exclusão da lista de áreas passíveis de concessão das Florestas Nacionais de Caixuanã e de Itacaiunas (PA), de Pau Rosa (AM) e Irati (Foto). A inclusão dessas áreas será rediscutidas na elaboração do PAOF/2009. Por outro lado, as Flonas Mário Xavier (RJ) e do Caçador (SC) foram incluídas. (A utilização da Lei de Gestão de Florestas Públicas para a gestão das UCs é de iniciativa do próprio gestor da área, mas o conselho consultivo da unidade deve estar de acordo.)

Com esssas mudanças, as áreas passíveis de concessão caíram de 13,6 milhões de hectares para 11,7 milhões. Porém, a área inicial de até um milhão de hectares prioritária para receber as primeiras concessões florestais no biênio 2007/08 não foi alterada.

Essa área de um milhão de hectares está destribuída por florestas nacionais (460 mil ha) e Áreas de Proteção Ambiental (640 mil ha) da Amazônia Legal, mas, no entanto, não ultrapassa 0,5% da área total das Flonas e APAs.

Com a versão consolidada do PAOF publicada, a equipe do Serviço Florestal volta-se agora para a elaboração dos planos de manejo das áreas prioritárias para as concessões, cujas primeiras licitações devem ser iniciadas antes do final deste ano. Além disso, o órgão vai iniciar atividades no Distrito Florestal Sustentável da BR-163 para organizar planos de manejo florestal comunitários.

Gestão -- Além das áreas destinadas aos processos de concessão florestal, o PAOF indica também as ações de gestão do Serviço Florestal Brasileiro para 2007/08. Elas incluem atividades de conservação das florestas públicas, como a demarcação em campo das áreas florestais (identificadas pelo Serviço Florestal no Cadastro Nacional de Florestas Públicas); criação de programas de pesquisa e assistência técnica, gestão e manejo sustentável de áreas florestais. Atividades cujos custos deverão ser incluídos na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2008. "O total dessas ações está calculado em R$ 58,5 milhões, que serão utilizados principalmente para atividades de fiscalização e monitoramento", conclui Azevedo.

PAOF -- O Plano Anual de Outorga Florestal é uma exigência da Lei de Gestão de Florestas Públicas para dar transparência aos processos florestais. Ele indica (sempre no ano anterior) todas as atividades de gestão e conservação das florestas públicas, inclusive mostrando as áreas onde o Serviço Florestal Brasileiro considera favoráveis para concessões. O PAOF deste ano, por ser o primeiro, terá um caráter especial: definirá as atividades de gestão deste e do próximo ano.

Concessões -- A partir de outubro deste, algumas áreas já poderão receber concessões florestais, por meio de licitação. Essas concessões de manejo florestal sustentável podem ser de produtos madeireiros e não-madeireiros ou de serviços, como turismo ecológico, por exemplo. Nessas áreas, o desmatamento é proibido. Quem ganhar a licitação só poderá manejar a floresta por meio de técnicas reconhecidas de baixo impacto ambiental.

Os recursos arrecadados com as licitações, por exigência da lei, irão para os órgãos ambientais, estados e municípios, onde se localizam as áreas. E deverão ser usadas para programas de apoio ao manejo sustentável, fiscalização, entre outros investimentos. É a chamada economia da floresta, que financia a própria conservação.

Segundo estimativas da equipe do Serviço Florestal Brasileiro, essa área de um milhão de hectares tem potencial produtivo de cerca de 610 mil metros cúbicos de madeira em tora e de 670 mil metro cúbicos de resíduos (úteis para geração de energia), gerando um renda bruta de R$ 120 milhões por ano e aproximadamente 8,6 mil empregos. Para saber mais sobre o PAOF, visite a página eletrônica do Serviço Florestal Brasileiro: www.florestal.gov.br

fonte: www.sfb.gov.br

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Critérios e Indicadores para seleção de propostas técnicas

1. Antecedentes

A Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei 11.284/2006) estabelece que as florestas públicas devem ser conservadas e utilizadas de forma sustentável através de três formas de gestão: (i) criação de unidades de conservação; (ii) destinação para uso sustentável pelas comunidades locais e (iii) contratos de concessão florestal com empresas brasileiras através de processo de licitação.

Para definir o ganhador do processo de licitação a lei estabelece que deve ser utilizado, além do preço o critério técnica que inclui:

          • menor impacto ambiental;
          • maior benefício social direto;
          • maior eficiência no uso dos recursos florestais e
          • maior agregação de valor na região da concessão.

O Decreto 6.063/2007 regulamenta a Lei 11.284 e estabelece que para cada critério técnico deve haver pelo menos um indicador a ser avaliado e que seja objetivamente mensurável (com parâmetros e formulas de calculo claras) e de responsabilidade direta do concessionário.

Os indicadores podem ser utilizados para eliminação, classificação ou bonificação (desconto no preço durante a execução do contrato de concessão de acordo com a performance do concessionário).

O método de avaliação da melhor proposta deve ter fórmulas claras e atender a duas condições básicas: (i) nenhum critério técnico pode ter peso menor que 1 ou maior que três e (ii) o conjunto de critérios técnicos deve ter peso maior que o critério preço.

Para saber mais sobre a regulamentação de gestão de florestas públicas consulte o site do Serviço Florestal Brasileiro .


2. Indicadores para Avaliação dos Critérios de Seleção

O Serviço Florestal Brasileiro publicará uma lista de indicadores que servirá de base para a montagem dos editais de licitação. Esta lista será periodicamente atualizada e revisada de acordo com a experiência acumulada na aplicação dos indicadores.

A proposta de indicadores a serem utilizados será submetida à consulta pública juntamente com o pré-edital e a minuta de contrato com 30 dias de antecedência à publicação do edital de licitação. Neste período os indicadores serão também debatidos em audiências públicas a serem realizadas na região onde se realizará a licitação.

Para cada edital de licitação serão selecionados indicadores para avaliar os critérios de seleção. Para cada indicador é necessário definir os parâmetros de avaliação,pontuação, bonificação, e respectivos meios de verificação.


3. Elaboração da Lista de Indicadores

Durante a 8ª reunião da Comissão de Gestão de Florestas Públicas (CGFLOP) foi discutida a necessidade de elaborar a lista de indicadores. Durante o mês de agosto a lista foi produzida pela equipe do Serviço Florestal Brasileiro com apoio de especialistas que participaram de uma Oficina de Trabalho realizada em Brasília no dia 16/08. A lista foi revisada e debatida na CGFLOP em sua 9ª reunião (29 e 30/08).

A versão 2.0 que incorpora as contribuições da CGFLOP ficará em consulta pública entre os dias 3 e 21 de setembro, devendo ser novamente avaliada pela CGFLOP na sua 10ª Reunião.


Fonte: www.mma.gov.br/

Curiosidades...


A Amazônia precisa do Saara?

Teorias recentes parecem revelar uma ligação inusitada entre dois ecossistemas separados por um oceano: a bacia amazônica e o Deserto do Saara.

Essas teorias revelam que o transporte dos grãos de areia ricos em fosfato do Saara contribuiria para ampliar o estoque de nutrientes da mata no Amazonas.

Fonte: Folha de São Paulo


terça-feira, 4 de setembro de 2007

Internacionalização à vista?



Na medida em que a Amazônia ia sendo revelada ao Brasil através dos inúmeros inventários e levantamentos de seus recursos naturais, minerais e energéticos, a década de 80 e 90 assistia à entrada em operação de inúmeros projetos de impacto, no setor de mineração e eletricidade. O projeto Trombetas, pela Companhia Vale do Rio Doce, para exploração da bauxita; da Grande Carajás, para exploração do minério de ferro; da Albrás-Alunorte, em Vila do Conde, para produção de alumina e alumínio metálico; de Tucuruí, no rio Tocantins, para produção de cerca de 4 milhões de quilowatts; e o das hidrelétricas de Balbina, no rio Uatumã, e de Samuel, no rio Jamari.
Esse panorama que contribuiu para a expansão demográfica e da fronteira agrícola, pecuária, mineral e industrial, deu origem, também, às tensões sociais, conflitos de terras, disputas de posse e invasões de áreas indígenas.
A situação engendrou também, pelo atraso de uma política nacional de preservação, o quadro atual caracterizado pela atuação de madeireiras predatórias, poluição fluvial, garimpeiros clandestinos, falsos missionários, contrabando das riquezas da biodiversidade florestal e pelo narcotráfico, favorecido pelos 1600 km de fronteira de uma linha imaginária, com insignificante presença civil ou militar - a fronteira aberta à guerrilha, ao narcotráfico, ao contrabando de armas e à biopirataria.
Esse último tema foi assunto na recente Conferência Ministerial de Defesa das Américas que se encerrou com uma declaração de apoio ao combate às drogas ilícitas e atividades criminosas transfronteiriças. Apesar de não ter sido incluído na pauta do encontro, o polêmico Plano Colômbia de combate ao narcotráfico, com o apoio dos Estados Unidos, foi discutido quando abordados questões de ameaças internacionais à segurança dos países participantes.
A segurança da Amazônia brasileira se encontra na pauta de prioridades do governo brasileiro. Com o agravamento da crise entre o governo e a internacionalização da guerra civil na Colômbia, associada ao narcotráfico, o Brasil intenciona investir até US$ 10 bilhões de dólares na modernização das Forças Armadas, buscando garantir a integridade da Amazônia.
Os efetivos militares no Rio de Janeiro são superiores a 44 mil homens; na continental região amazônica, que se espalha por dois terços do nosso território, apenas 22 mil. A proporção está invertida. De Manaus a Tabatinga são três horas e meia em vôo direto em Boeing. Sete estados do Sul e do Nordeste cabem no Amazonas.
Em março deste ano(2000), uma rede eletrônica de mensagens compartilhadas por um grupo da Internet retratou-se, no meio virtual, por ter veiculado o que depois seria comprovado como boato completamente sem fundamento. O boato versava sobre a existência de mapas escolares norte americanos nos quais a amazônia brasileira seria mostrada como "área de preservação internacional" e destacada do território brasileiro(Foto).
No entanto, o governo federal construiu uma possibilidade de internacionalização indireta, sob concessão de gerência ambiental de áreas do território nacional, quando promulgou a Lei 9.985, em 19 de julho deste ano. Por tal lei seriam constituídas Unidades de Conservação Ambiental, de Proteção Integral ou de Uso Sustentado - por decreto lei.
Nas Unidades de Uso Sustentável são fixadas categorais de dimensões continentais: são as chamadas "Áreas de Proteção Ambiental", que de acordo com a própria lei, em seu artigo 15, "área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais, especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas", com o objetivo de "proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais".
Mas a lei, em seu artigo 30, estabelecendo que "as Unidades de Conservação podem vir a ser geridas por organizações da sociedade civil de interesse público com objetivos afins aos da unidade, mediante instrumento a ser firmado com o órgão responsável por sua gestão", abre, segundo Dr. Luiz Augusto Germani, diretor-jurídico da Sociedade Rural Brasileira, uma condição inconstitucional que possibilita a materialização da até então fantasiosa internacionalização: a de que o poder público possa transferir a uma organização não-governamental, nacional ou internacional, funções exclusivas suas que são sustentáculos da própria soberania sobre tal área.
10/11/2000

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Internacionalização da Amazônia


"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo e risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade. Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado

Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou
de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.

Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveriam pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.

Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa."

Cristovam Buarque, É palestrante e humanista respeitado mundialmente.

domingo, 2 de setembro de 2007

Governo quer parceria privada na construção de hidrelétrica no Rio Madeira

Sem conseguir evitar a participação de estatais no leilão da primeira usina do Rio Madeira, a hidrelétrica de Santo Antonio, o governo começou ontem a oferecer as subsidiárias da Eletrobrás como parceiras aos grupos privados que estiverem interessados. Eletronorte e Chesf divulgaram chamadas públicas para a formação de consórcios, abertas a negociações até o dia 5 de setembro. Hoje será a vez da Eletrosul.

A idéia do governo era deixar as estatais para depois, associando uma delas somente com o vencedor do leilão, marcado para 30 de outubro. Mas um contrato prévio, assinado entre a construtora Odebrecht e Furnas, que também é subsidiária da Eletrobras, obrigou o Ministério de Minas e Energia a mudar os planos.

Temendo maiores atrasos na hidrelétrica caso a questão ganhasse os tribunais, o governo preferiu oferecer outras estatais aos grupos interessados na obra como forma de garantir equilíbrio na disputa. Prevista para começar a gerar energia em janeiro de 2012, Santo Antonio já tem esse prazo questionado pelos concorrentes privados do empreendimento.

Além das subsidiárias da Eletrobrás, o grupo que vencer o leilão ainda poderá agregar mais um sócio estatal — o BNDESpar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, já prometeu parceria, além dos fundos de pensão Petros (Petrobras) e Funcex (Caixa Econômica Federal).

O complexo hidrelétrico do Rio Madeira é a maior obra de infra-estrutura do país atualmente — além de Santo Antonio, outra usina, Jirau, será leiloada no ano que vem. O custo total da obra é estimado em R$ 20 bilhões.


Governo anuncia para outubro leilão da primeira usina no Rio Madeira

Brasília - O leilão da hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, será marcado para outubro. A afirmação é do ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, que deu entrevista coletiva após o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciar a concessão de licença prévia para essa usina e a de Jirau, no mesmo rio.

Hubner acrescentou que Jirau deve ser leiloada no começo do ano que vem. Ele disse que ambos serão leilões específicos, sem outros projetos, e que as primeiras máquinas devem entrar em o funcionamento em 2012. As duas usinas que o governo federal quer construir no rio somam 6.450 megawatts – aproximadamente metade da potência de Itaipu, a usina mais potente do país, e 8% da demanda nacional, segundo cálculo do governo.

Com a emissão da licença o Ibama conclui que o projeto tem viabilidade ambiental, condição necessária para um empreendimento elétrico ser leiloado. O vencedor da disputa precisará cumprir 33 exigências para iniciar a obra. Entre elas, um conjunto de programas de monitoramento sobre sedimentos (partículas carregadas pelas águas), reprodução de peixes e nível de mercúrio (metal pesado perigoso à saúde humana).

Nelson Hubner afirmou que as condicionantes não aumentam o custo nem inviabilizam o empreendimento.

“A decisão do governo é fazer do madeira um modelo de empresa hídrica do Brasil”, afirmou o ministro. “Em especial na Região Norte, onde estão nossos grandes potenciais.”