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terça-feira, 12 de abril de 2011

Sentindo Calor

Por Gabrielle Walker em "The hot topic - How to trackle global warming and still keep the lights on"


Sapo-dourado da Costa Rica

Até agora experimentamos apenas um relativamente pequeno aquecimento global - cerca de três quartos de um grau centígrado. Mas isso foi o suficiente para jogar uma substancial quantidade de areia nas engrenagens da natureza. Não se trata apenas de animais e plantas que não suportam o calor, e simplesmente caem mortos. É que suas vidas estavam cuidadosamente afinadas com um clima que não existe mais.


A essência do problema é a corrida contra o tempo. Os animais usam indícios específicos para tomar decisões sobre quando sair da hibernação, se reproduzir ou iniciar uma jornada que vai lavá-los ao outro lado do mundo. E indícios que costumam ser ultraconfiáveis estão começando a escassear. Em todo mundo, a primavera está começando cada vez mais cedo, e o outono, cada vez mais tarde. Apesar de alguns animais e algumas plantas conseguirem conviver com isso, a natureza é como uma orquestra. Se alguém erra o ritmo, você não consegue belas harmonias.


Há vários sinais de que a natureza já está sofrendo com o calor. As linhas de árvores estão cada vez mais indo em direção aos pólos e subindo encostas de montanhas. Animais estão seguindo colina acima e a vegetação que lhes serve de alimento.


Nenhuma espécie específica teve ainda a honra duvidosa de ser apontada em consenso como a primeira vítima da mudança climática. O melhor candidato até agora é o maravilhoso sapo-dourado (foto), da Costa Rica, que desapareceu para todo o sempre em meados da década de 1980 em uma selva tropical aparentemente nunca tocada por humanos.


Em 2006, pesquisadores publicaram um artigo muito convincente em que defendiam que a alteração climática havia criado as condições perfeitas para que uma terrível doença tivera um papel importante para a perda da espécie.