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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Evento em Belém lança Fórum Amazônia Sustentável


Terminou no início desta tarde (08), em Belém, o encontro de criação do Fórum Amazônia Sustentável. O evento contou com a participação de dezenas de organizações da sociedade civil, empresas privadas de diversos setores da economia e órgãos dos governos federal e estaduais.

Durante o encontro, foram discutidos e aprovados a carta de compromisso que irá reger a atuação do Fórum, os eixos estratégicos para cumprimento de sua missão e uma agenda mínima para os próximos 12 meses. A carta, lida pelo ator Vitor Fasano - um dos artistas-líderes do movimento Amazônia para Sempre - tem como destaque a promoção das mudanças necessárias no modo de as empresas se relacionarem com a Amazônia, e o monitoramento das suas atividades. A atuação das empresas será avaliada por indicadores de sustentabilidade construídos coletivamente e compatíveis com as especificidades amazônicas.

Do encerramento participaram a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva e a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, que discursam em apoio à iniciativa, e os dirigentes das redes institucionais COIAB, GTA, CNS e Instituto Ethos. Até o encerramento do encontro, mais de 60 entidades já haviam aderido ao Fórum. Charles Nisz

Leia a íntegra da carta


quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Áreas protegidas da Amazônia na mira do setor elétrico


A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) poderá efetuar estudos em doze unidades de conservação na Amazônia. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) está apoiando o inventário hidrelétrico do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) em áreas de proteção integral nas bacias dos Rios Trombetas, Aripuanã, Juruena, Sucurundi, Branco e Jari.

Licenças concedidas em tempo recorde pelos novos encarregados de administrar a conservação da biodiversidade no País incluem o Parque Nacional do Juruena e a Estação Ecológica de Iquê, ambas no Mato Grosso, além da Reserva Biológica do rio Trombetas e a Floresta Nacional de Saracá-Taquera, estas no Pará.

A EPE não vê paradoxo em avaliar o potencial hidrelétrico de áreas onde, por lei, fora pesquisa ou visitação, é vedado qualquer tipo de atividade humana. As unidades de conservação para as quais autorizações foram solicitadas estão em bacias listadas no Plano Decenal de Energia 2007-2016.

Os inventários foram incluídos no PAC para receberem mais recursos e permitir o planejamento da entrada de 14 mil megawatts no Sistema Interligado Nacional. A bacia do rio Juruena, por exemplo, onde está localizado o Parque Nacional, surge com o potencial de gerar cinco mil megawatts.

Já Marcelo Furtado, do Greenpeace, tem opinião diversa. Para ele, "não deveriam acontecer pesquisas do gênero nem em áreas de proteção ambiental e nem em terras indígenas". Uma alternativa "seria efetuar esses estudos em áreas de Reservas Extrativistas (Resex)", complementa.

O ambientalista pede transparência do Governo Federal nesse processo e teme "o fato consumado: os estudos seriam a justificativa para a implantação".

Controle
"A atribuição sobre as Unidades de Conservação ainda é do MMA", se defende Françoso, atual diretor de Unidades de Conservação do Chibio. Ele vê com bons olhos que o planejamento energético seja feito por MMA e EPE, conjuntamente.

Segundo ele, caso alguma dessas áreas não tenha plano de manejo, o estudo terá de acontecer obrigatoriamente antes de haver qualquer tipo de pesquisa na região. Ele considera o inventário energético um avanço, pois desse modo, "o processo fica regulamentado".

Justificativa
Para a EPE, "a bacia do rio Trombetas faz parte do conjunto de bacias consideradas prioritárias pelo Ministério de Minas e Energia para a elaboração de estudos de inventário. A maior parte dessas bacias está localizada na Amazônia".

A empresa justifica as incursões nas unidades de conservação por considerar "necessária a avaliação do potencial hidrelétrico do rio principal e de todos os seus tributários, mesmo que situados em áreas com restrições legais para uso e ocupação, como é o caso de Terras Indígenas e Unidades de Conservação. Somente assim, será possível identificar o potencial energético nas bacias"

De acordo com a estatal, "a instalação de equipamentos - marcos topográficos, réguas para medição de nível, postos fluviométricos e sedimentométricos e uso de trado para sondagens geológicas - causam interferências mínimas sobre o meio natural".

Alternativas
Na opinião de Furtado, "há um equívoco sobre a matriz energética brasileira". Ele defende a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) - mais sustentáveis - e diz que "se elas fossem adotadas, não haveria motivo para estarmos discutindo projetos do tamanho das usinas do Rio Madeira".

Furtado defende um modelo descentralizado na geração e distribuição de energia. Ele cita novamente o exemplo do Madeira: "Qual o sentido de se gerar energia em Rondônia para abastecer o Centro-Sul?" Os 2450 quilômetros de linha de transmissão deixarão o preço da energia até 30% mais caros, segundo análises econômicas.

Por fim, ele enfatiza a necessidade de um melhor aproveitamento energético. Segundo Furtado, o desperdício de energia no Brasil chega a 40%. "Não haveria necessidade de buscar outras fontes de energia, se a geração atual fosse bem aproveitada." A Dinamarca e o estado americano da Califórnia mantém crescimento econômico continuo e não criam novas fontes energéticas há mais de uma década", exemplifica.

Processo

O ofício 061/2007 chegou ao diretor de Ecossistemas do IBAMA em janeiro. No papel, o diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE, José Carlos Miranda, pedia ao então diretor de Ecossistemas do IBAMA, Marcelo Bastos Françoso, que franqueasse a Bacia do Trombetas ao "planejamento geral do setor elétrico nacional".

O Ibama alegou que a pesquisa não interessava às unidades de proteção integral. E cobrou dos responsáveis os detalhes sobre o trabalho de campo que pretendiam fazer nas reservas. O então diretor de Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes, João Paulo Capobianco, recebeu no dia 13 de julho o ofício 1167/2007, reiterando a solicitação.

A EPE pediu urgência na aprovação da licença para atuar em 12 unidades de conservação na Amazônia, invocando os pedidos feitos em oito ofícios. A licença começou a sair no fim de julho, sob a chancela do Instituto Chico Mendes (Chibio), segundo matéria do site o Eco, em 22/08/07.

O Ministério de Minas e Energia (MME) conduz uma pesquisa sobre o potencial hidrelétrico da Amazônia sem poupar os cursos d'água nas unidades de conservação. O governo quer inventariar a capacidade de geração de energia de rios que estão em Parques e Florestas Nacionais, Reservas Biológicas e Estações Ecológicas. Em documento datado de 19 de janeiro, o diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE, José Miranda de Farias, pede autorização para a entrada de uma equipe de quatro técnicos na Reserva Biológica do rio Trombetas e na Floresta Nacional de Saracá-Taquera. De acordo com o ofício, os estudos "têm como objetivo avaliar o potencial hidroenergético desta bacia hidrográfica".

Quase sete meses depois, no dia 12 julho, um novo ofício de Farias trazia as mesmas solicitações. Agora pedindo liberação para pesquisas em oito reservas federais, todas na bacia do Rio Branco. Em duas semanas, o Chibio enviou ofício à EPE autorizando a entrada em pelo menos duas unidades de conservação no MT: o Parque Nacional do Juruena e a Estação Ecológica do Iquê. Nem o Iquê tampouco o Juruena tem planos de manejo. (Charles Nisz)


http://www.amazonia.org.br/

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Focos de incêndio já ameaçam municípios de chapada na BA


Em Jacobina, fumaça já se espalhou e voluntários tentam conter o fogo.
Fumaça chegou à beira das rodovias e preocupação é risco de acidentes.

Os focos de incêndio na região da Cahpada Norte estão se espalhando e já ameaçam municípios vizinhos como Jacobina (BA), que não tem Corpo de Bombeiros. Voluntários tentam controlar o fogo, que chegam à beira das rodovias e diminui a visibilidade.


Uma nuvem de fumaça se espalhou por toda a cidade. A vegetação seca e o vento forte facilita a expansão do fogo. Nas ruas mais próximas à serra, casas estão sendo fechadas e a população tenta se esconder da fumaça.


Moradores da região dizem conviver com o fogo e a fumaça durante todo o verão. Soldados do tiro de guerra, brigadistas voluntários e guardas municipais continuam enfrentando a fumaça e a altitude para tentar controlar o fogo.


Enquanto voluntários trabalham no combate aos incêndios na serra, o único caminhão que pode transportar água está quebrado.

g1.globo.com/Noticias/Brasil

Hidrelétricas no rio Madeira



O governo federal planeja incluir as usinas do Complexo do rio Madeira (Santo Antônio e Jirau), em Rondônia, já no próximo leilão de concessões para construção de hidrelétricas. Para acelerar o processo de licenciamento das obras, instituiu, no último dia 04, um grupo de trabalho interministerial, formado por representantes da Casa Civil e do Ministério das Minas e Energia.

O projeto do Complexo do rio Madeira é a maior iniciativa do Plano Plurianual 2004-2007 e congrega obras de energia - as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau - com a hidrovia do rio Madeira. O complexo é uma das propostas inseridas no portfólio da Iniciativa para Integração da Infra-estrutura Regional da América do Sul (IIRSA). O valor total da obra é gigantesco: R$13,2 bilhões.

Licitação e financiamento
O projeto foi formulado pela empresa estatal Furnas em conjunto com a construtora Odebrecht - juntas devem formar o consórcio para disputar a licitação da obra. Em maio do ano passado, o consórcio produziu os estudos de impacto ambiental da obra, aprovados em parte pelo Ibama no último dia 02 de dezembro. O Ministério dos Transportes espera obter a aprovação completa até abril.

Devido à inserção no IRSA, tanto o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) quanto a Corporação Andina de Fomento (CAF) já sinalizaram que estão dispostos a financiar o mega-empreendimento.

Veja também:

Íntegra do decreto de instituição do Grupo de Trabalho Interministerial

Íntegra do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do Complexo
(documento zipado, com 42Mb)

Sumário dos Estudos de Impacto Ambiental do rio Madeira


www.amazonia.org.br