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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Cientistas estudam 'soluções' inusitadas para aquecimento global

A Royal Society (academia britânica de ciências) vai estudar uma série de propostas inusitadas para reduzir o impacto do aquecimento global sobre a Terra, incluindo a colocação de espelhos no espaço para desviar raios solares.

Vários projetos de "geo-engenharia" foram apresentados. Além dos espelhos, outros cientistas sugeriram estimular o crescimento de algas nos oceanos para absorver dióxido de carbono, ou borrifar "sprays marítimos" sobre as nuvens para que elas fiquem mais brancas e possam refletir os raios solares.

A Royal Society afirma que todas as propostas - não importa o quão mirabolantes - têm que ser propriamente analisadas.
Mas grupos ambientalistas alertam que as soluções tecnológicas não devem desviar a atenção do problema de reduzir a emissão dos gases que provocam o efeito estufa.

Projetos

Um grupo de engenheiros e cientistas que estudam o clima deve analisar os projetos e publicar um relatório em meados do ano que vem.

Entre as idéias também está semear partículas na atmosfera para atuar como um bloqueador solar planetário.

Segundo o professor Andrew Watson, da Universidade de East Anglia, que é membro do grupo, "algumas da idéias podem ter efeitos colaterais desagradáveis, algumas podem ser muito caras e outras podem não funcionar".

"Sentimos que há uma variedade de idéias como essas por aí, e um crescente interesse por elas", afirma Watson.

O professor diz acreditar que é hora de analisá-las com alguma autoridade para saber quais podem ser úteis e o que mais precisa ser feito. Watson acrescentou ainda que nenhuma das idéias é claramente maluca.

"O grupo de trabalho não vai desprezar nenhuma delas por parecerem fantásticas", afirmou. "Acredito que alguns desses esquemas tenham potencial para reduzir o dióxido de carbono na atmosfera, e alguns certamente têm potencial de esfriar o planeta."

Maior atenção

O objetivo do estudo é providenciar o primeiro passo útil para definir os parâmetros e limitações dessas idéias, e oferecer recomendações sobre quais merecem maior atenção.

Em muitos casos, algumas das propostas podem ter efeitos danosos não intencionais ao meio ambiente.

Um dos objetivos do grupo é investigar esses potenciais efeitos colaterais e estabelecer que tipo de pesquisa deve ser encomendada.

Alguns ambientalistas dizem acreditar, no entanto, que só pensar em soluções tecnológicas desvia a atenção da questão das emissões de gases poluentes.

Mas, segundo o professor Watson, há uma sensação na comunidade científica de que essas propostas devem ser estudadas, porque algumas podem ser úteis, no mínimo, como último recurso.

"Se as piores previsões sobre mudanças climáticas se concretizarem, o que acontece se, politicamente, não conseguirmos mudar nossos hábitos de emissões?", pergunta o pesquisador.

"Como último recurso, poderíamos usar um desses métodos possíveis", afirma Watson. "Se não tivermos feito a pesquisa e avaliado esses métodos de maneira apropriada, esta opção não vai estar na mesa."

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