Allison perdeu três das suas quatro nadadeiras e travou luta pela sobrevivência.
Agora, seus tratadores querem que ela seja a primeira tartaruga biônica.
Quando turistas encontraram uma pequena tartaruga marinha toda ensangüentada e sem três de suas quatro nadadeiras no Texas, nos Estados Unidos, os responsáveis pelo hospital para animais ameaçados deram poucas chances de sobrevivência para o bichinho, que provavelmente foi atacado por um tubarão.
Mas a tartaruguinha perseverou, graças a injeções de antibióticos e uma dieta forçada de lulas. De alguma maneira, ela aprendeu a se movimentar com apenas uma nadadeira -- embora só gire em círculos anti-horários e precise empurrar seu corpo, agora com 4,5 kg, com a cabeça para sair da água para respirar.
"As feridas cicatrizaram muito bem. O problema é só que ela não nada direito", disse Jeff George, responsável pela Sea Turtle Inc, uma organização sem fins lucrativos para a preservação das tartarugas, que cuida de animais feridos e os devolve ao mar.
Agora, os tratadores da tartaruguinha esperam fazer dela o que acreditam que será a primeira tartaruga marinha com próteses de nadadeiras.
Tartarugas com três nadadeiras podem voltar ao mar. Com duas, elas conseguem sobreviver em cativeiro. Mas aquelas que têm apenas uma viram presa fácil de predadores ou de encontros com barcos motorizados.
Allison, batizada em homenagem à filha de um dos turistas que a encontrou, só foi salva porque um estagiário implorou por uma chance de cuidar dela. Desde então, a tartaruguinha se adaptou e cresceu até um tamanho normal para sua idade.
"Allison, desde o dia em que chegou, foi uma lutadora", disse Lucia Guillen, a biológa voluntária residente.
Apesar dos progressos, as chances de sobrevivência de uma tartaruga marinha -- que pode passar dos 200 quilos e viver mais de cem anos -- com apenas uma nadadeira são pequenas. E foi por isso que os tratadores tiveram a idéia de criar a "tartaruga biônica".
Um grupo de profissionais médicos e veterinários se voluntariou para ajudar a colocar uma nadadeira prostética na nadadeira traseira esquerda. Ali, Allison possui um pequeno pedaço de osso, que faciltaria a colocação da prótese, e deixaria difícil para ela tirar com a boca.
A pesquisadora da Universidade do Texas Sudarat Kiat-amnuay pretende desenvolver uma prótese com o mesmo tipo de plástico usado para criar membros artificiais em seres humanos. Por ser especialista na área odontológica, ela está acostumada a lidar com as pequenas ferramentas usadas em implantes dentários que provavelmente serão a melhor opção para ajudar Allison.
A técnica usada será a mesma que se utiliza para criar um nariz ou uma orelha artificial em humanos. Ela vai esculpir em cera um modelo de nadadeira e daí adaptá-lo para Allison. O plástico precisa antes ser testado em água do mar para garantir que ele vai agüentar. Kiat-amnuay afirmou que pretende até pintar a prótese a mão para combinar com a nadadeira normal de Allison.
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