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domingo, 20 de novembro de 2011

Belo Monte de ... e Código de quê?


Brasília, 20 de novembro de 2011
Por João Paulo Monteiro

O Brasil é um país emergente, que está próximo, ou nem tanto, de conquistar seu desenvolvimento e para isso precisa mostrar às nações sua força, dentre elas a energética, para então adentrar ao clube dos super países.

Querer desenvolver e retroceder para se desenvolver são coisas totalmente opostas. Países hoje considerados desenvolvidos, investem em tecnologia limpa e na descoberta de fontes que não poluam ou agridam o meio ambiente. Isso porque conhecem a atual necessidade energética decorrente de inúmeros fatores como o crescimento da população ou ainda da mitigação de tecnologias ultrapassadas, entretanto, ao investir em novas descobertas estes países procuram o tão falado desenvolvimento sustentável, coisa que o Brasil está longe alcançar. Pelo menos se continuar no caminho em que está.

Enquanto diversas nações ao redor do globo se preocupam com a questão ambiental, muitas vezes impondo aos cidadãos uma nova maneira de se viver, no Brasil, Aldo Rebelo quer dar anistia aos ruralistas que desmataram a vida toda. Isso sem se falar no elefante branco a ser construído pelo governo federal rasgando a vitalidade do rio Xingú, expulsando do local inúmeras comunidades indígenas e acabando com o parque nacional de mesmo nome. Pra quê? Cadê o princípio constitucional que diz que todo poder emana do povo? O povo quer a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte? O povo quer o retrocesso do Código Florestal?

Não quero neste texto destacar somente os pontos positivos ou negativos da obra. Quero colocar numa balança os dois lados e compará-los e ao final conhecer as dimensões reais do impacto proporcionado pela construção.

Para entendermos o ponto onde quero chegar, voltamos um pouco no tempo e lembramos das metas do governo até a descoberta do pré-sal na costa atlântica. Investimento em biocombustível, energia limpa, desenvolvimento de meios de transporte pouco ou totalmente desprovidos de poluição e agora, o que temos? Segundo dados da própria Petrobrás, serão mais de 300 bilhões investidos em tecnologia para a extração do petróleo localizado nestas profundezas e agora temos uma série de usinas que serão construídas pelo governo nas próximas décadas e grande partes delas na região amazônica. Alguém ouve falar em energia limpa desenvolvida ou em desenvolvimento no Brasil? Existe, mas o governo não dá a importância merecida.

Com um custo total de aproximadamente 25,8 bilhões de reais, Belo Monte será a obra mais onerosa da história do Brasil e para algo de tamanha proporção, os problemas não poderiam ser menores. Estima-se que 23 mil pessoas serão empregadas indiretamente pela construção da mesma e que só este fato já atrai mais de 54 mil familiares.

Além do crescimento demográfico, temos o crescimento econômico da região amazônica e principalmente da região do Pará, trazendo investimento de empresas brasileiras e estrangeiras para os arredores.

Além de Belo Monte, na região de Altamira – PA, temos a Usina Hidroelétrica (UHE) de Jirau e Santo Antônio em Rondônia e hoje sua capital Porto Velho já conta com um aumento populacional de 28,05%, segundo (Censo 2010 – IBGE) e no interior se confirma com o crescimento de Cujubim, entre 2000 e 2010, de 142,56%. Nem tudo são flores, junto com o aumento populacional, surgem problemas na saúde, como a superlotação de hospitais que contam com infraestrutura precária e aumento da violência. Isso só é uma prospecção do que pode acontecer em Altamira e região nos próximos anos.


Outro grande problema que temos que enfrentar é a edição do Código Florestal. É um código lindo, mas escrito de forma quase impossível de se interpretar, afastando de forma proposital os cidadãos da Lei Máxima do Estado Brasileiro.

Presidenta Dilma, como brasileiro, quero expressar minha profunda indignação diante da carnificina chamada Belo Monte e da sua inércia perante tais fatos. O Código Florestal tramita debaixo dos seus olhos e enxergamos o descaso.

Nós brasileiros pedimos providência imediata.


OBSERVAÇÃO: livearth.blogspot.com está organizando uma manifestação contra o retrocesso no Código Florestal e contra a Usina de Belo Monte. Assim que definirmos a data colocaremos online e desde já peço a assinatura de todos no site movimentogotadagua.com.br

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