Pesquisa personalizada

sábado, 4 de dezembro de 2010

FUNERAL SUSTENTÁVEL

Por Joe Shee, diretor executivo da ONG Green Burial Council uma das maiores divulgadoras do funeral verde nos Estados unidos.
Eu me dei ao trabalho de fazer as contas: todos os anos, nos Estados Unidos, os caixões usados em funerais lançam no solo mias metal do que tudo o que foi usado para construir a Golden Gate, em São Francisco, os gavetões das sepulturas usam concreto suficiente para construir uma avenida de duas pistas ligando Nova York a Detroit (os dados foram coletados pela Assossition of American Cemetery Superintendents). Em 2009, os americanos enterraram no solo 3,1 milhões de litros de fluidos para embalsamento, 104 mil toneladas de aço e 2.700 toneladas de bronze. A preocupação com o meio ambiente pode ajudar a repensar alguns hábitos que nós repetimos simplesmente porque não refletimos a respeito. Como os enterros sempre acontecem em momentos dolorosos, obviamente, não há muito espaço para raciocinar sobre costumes. Daí que acabamos entupindo nossos entes queridos com produtos químicos e os enfurnando em caixões que apenas dificultam sua devolução para a natureza. Sem contar no mal que causamos ao meio ambiente.
Se nos Estados Unidos este já é um movimento crescente, principalmente na Califórnia e Nova Inglaterra, que já evitam o embalsamamento químico, na Europa ele tende a se tornar dominante já nos próximos anos, uma vez que o formaldeído usado no processo foi banido neste ano, por conta de poluir os solos e matar microorganismos importantes ao meio. Hoje, oito estados americanos já têm cemitérios com seções verdes. Usa-se uma camada de gelo, colocada sob o corpo, para garantir sua preservação. A água que derrete é conduzida por canais em direção a um recipiente. Na hora do enterro, o corpo é envolvido por tecidos finos, que se degradam rápido. Depois, é colocado em uma placa feita de galhos de madeira, e assim depositado direto na terra. Como não é sólida, a madeira facilita a decomposição e a absorção de nutrientes pelo solo.
E quanto à cremação? Ela é nociva de outra forma: cada cremação emite 150 quilos de gases na atmosfera, entre eles o CO2, e mercúrio que vem da queima de obturações dentárias.


Fonte: Revista Galileu. Dezembro de 2010. Nº 233.

Nenhum comentário:

Postar um comentário